A intervenção da polícia na praça da Catalunha, em Barcelona, onde acampavam integrantes de um movimento contra o desemprego e as medidas de austeridade do governo, deixou ao menos 121 feridos na sexta-feira, entre eles 37 policiais, informaram autoridades.
A polícia invadiu a praça por 'razões de saúde' e para preparar a área para uma possível vitória da equipe de futebol Barcelona na final da Liga dos Campeões, no sábado.
A operação começou pouco antes das 7h (no horário local) e teve a participação de 300 agentes, sendo 200 policiais e 100 membros da Guarda Urbana, de acordo com um porta-voz da polícia catalã.
'Tivemos que atuar e intervir para garantir a saúde pública, higiene, e para desmontar um acampamento com objetivo de reduzir o risco perante a uma possível celebração amanhã (sábado)', explicou o conselheiro do Interior da Catalunha, Felipe Puig, em entrevista a jornalistas.
O movimento conhecido como 'Indignados' disse em sua página na Internet (http://tomalaplaza.net) que a polícia atuou 'de maneira violenta e desproporcional', apreendeu computadores e material de propaganda, além de lançar balas de borracha e gás de pimenta contra os acampados.
Imagens de televisão mostraram os agentes golpeando com cassetetes os manifestantes sentados na praça.
'Estavam nos atacando rodas dos caminhões... A situação foi tensa, dura e muito difícil. Mas houve uma resposta muito contundente dos manifestantes', disse Manel Prat, diretor-geral da polícia, em declarações para a Cadena SER.
O conselheiro do Interior catalão disse que na próxima semana será aberta uma investigação sobre a operação da polícia.
Segundo o responsável pela polícia, funcionários de limpeza levaram 35 caminhões carregados de lixo e objetos como bombas de gás, equipamentos elétricos e ferramentas. Eles afirmaram que isso poderia gerar um problema mais grave de ordem pública.
Um fotógrafo da Reuters na praça confirmou que os policiais se retiraram depois que as brigadas de limpeza desmantelaram completamente o acampamento formado por barracas, tendas e esteiras, e que, depois disso, a praça foi liberada.
Os manifestantes estão nas ruas desde 15 de maio, quando começou um movimento que pediu aos espanhóis que votassem nos partidos minoritários e ignorassem os grandes, o Partido Popular (PP) e o Partido Socialista Espanhol (PSOE), nas eleições municipais e regionais de domingo passado.