O presidente boliviano, Evo Morales, afirmou nesta quinta-feira (11) que os violentos protestos indígenas no Peru contra uma lei de investimento na Amazônia são uma "grande lição" para entender as demandas ambientais dos povos nativos.
O presidente peruano, Alan García, já havia sugerido que Morales, primeiro presidente indígena do país vizinho, estaria por trás dos protestos que já deixaram pelo menos 33 mortos no último fim de semana na região amazônica de Yurimaguas, a 1.400 quilômetros ao nordeste da capital Lima.
Depois de aterrissar em Havana para uma breve visita oficial, Morales afirmou a jornalistas que os problemas no Peru "não se resolvem com mortos nem feridos".
"Lamento muito o que aconteceu com nossos irmãos indígenas no Peru. Me acusam de tudo, como sempre na Bolívia", disse Morales, após discursar em uma conferência na Universidade de Havana.
Ante quase uma centena de bolsistas bolivianos que estudam na ilha, Morales disse estar convencido de que se não forem resolvidas as dificuldades sociais e econômicas do movimento indígena, o "problema político não se resolve".
"Não é possível que, mais uma vez, (aqueles que foram) os mais menosprezados da história latino-americana sejam humilhados, como temos visto nos últimos dias em algumas regiões da América Latina", acrescentou o ex-líder cocaleiro, que também protagonizou protestos indígenas quando estava na oposição.
"Esperamos que esse problema possa ser uma grande lição para entender suas demandas... que são, repito, defender a vida, defender o meio ambiente, o planeta Terra", disse.
Os indígenas peruanos afirmam que as leis de investimento na Amazônia estimuladas pelo governo neoliberal de Alan García irão despojar suas terras, ricas em recursos naturais.
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