Novos protestos em ex-colônias franceses deixaram três pessoas mortas neste sábado (17) no Niger, um dia após a intensas manifestações em mais de uma dezena de países pelo que muçulmanos consideram representações ofensivas do profeta Maomé em charges do jornal "Charlie Hebdo".
No Níger, três igrejas foram incendiadas, com protestos se estendendo a vários bairros da capital, Niamey. O governo francês pediu que os franceses residentes na capital nigerina não saíssem de suas casas. Neste sábado (17), três pessoas morreram, na sexta-feira (16), foram ao menos quatro mortos e dezenas de feridos.
Na Faixa de Gaza, paredes do do Centro Cultural Francês de foram pichadas com frases prometendo "o inferno" aos jornalistas da "Charlie Hebdo".
As manifestações são uma reação às novas charges do profeta publicadas pela revista satírica que imprimiu 7 milhões de exemplares de seu último número e, diante do medo de novos atentados, levaram vários países europeus a reforçarem seus dispositivos de segurança.
Europa reforça segurança
O presidente François Hollande pediu a punição de manifestantes que queimaram bandeiras da França e pediu a punição deles.
"Eles precisam ser punidos porque quando isso acontece na França é intolerável, mas também no exterior", disse, afirmando que que a liberdade de expressão é um valor francês. "Penso, em particular, que esses países às vezes não podem compreender o que é a liberdade de expressão porque foram privados dela. Quero expressar a eles minha solidariedade. Mas, ao mesmo tempo, a França tem princípios e valores, e especialmente a liberdade de expressão".
Na Bélgica, os militares começaram a substituir neste sábado os policiais para proteger lugares sensíveis no país, principalmente na Antuérpia, onde vive uma importante comunidade judaica, após o desmantelamento de uma célula jihadista que planejava um atentado. No total 300 homens serão mobilizados durante ao menos um mês.
Em Londres, as autoridades avaliavam novas medidas para proteger a polícia, "já que ela se converteu em alvo deliberado em vários ataques na Europa e no mundo", disse Mark Rowley, responsável máximo de contraterrorismo da polícia britânica. Geralmente desarmados, os policiais britânicos serão equipados com pistolas elétricas como parte do reforço das medidas de segurança.
A polícia espanhola prossegue a investigação para determinar os passos de Amédi Coulibaly em Madri, onde ele passou os primeiros dias de janeiro, antes de voltar a Paris. Os serviços antiterroristas afirmaram que cinco pessoas o acompanharam à capital espanhola para posteriormente pegar um avião à Turquia.
Em Paris, os 12 suspeitos (oito homens e quatro mulheres) detidos durante investigação pelo atentados da semana passada continuam sob custódia policial.
Durante a madrugada, um dos dois jihadistas franceses autores do atentado contra a revista Charlie Hebdo, Said Kouachi, foi enterrado em segredo na cidade de Reims (nordeste) para evitar que seu túmulo se converta em local de peregrinação.
Até o momento não se sabe onde seu irmão Cherif e Coulibaly serão enterrados.
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