Pelo menos 800 pessoas foram mortas no rompante de violência que varreu o norte da Nigéria após as eleições, quando ficou claro que o candidato do Norte não conseguiria derrubar o presidente do Sul, divulgou nesta segunda-feira o grupo de direitos humanos Human Rights Watch (HRW).

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O HRW revelou sua estimativa em um relatório que incluiu relatos de testemunhas e sobreviventes da revolta. Autoridades nigerianas não divulgaram números oficiais de mortos por medo de provocar reações violentas. Mas a HRW disse que mais de 40 mil pessoas no país mais populoso da África foram deslocadas. Algumas organizações locais disseram que pelo menos 500 pessoas foram mortas.

Manifestantes muçulmanos queimaram casas, igrejas e delegacias depois que os resultados mostraram que Goodluck Jonathan, um cristão do Sul, havia vencido seu oponente Muhammadu Buhari, muçulmano do Norte. Ataques de revide dos cristãos começaram quase que imediatamente.

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O país de 150 milhões de pessoas está dividido entre o Sul dominado pelos cristãos e o Norte muçulmano. Acredita-se que o pior foco de violência tenha ocorrido no Estado do centro-norte Kaduna, onde uma grande comunidade cristã faz fronteira com uma muçulmana.

Enquanto os observadores internacionais aplaudiram as eleições legislativas e presenciais de abril, a violência que a sucedeu ameaçou a estabilidade da nação produtora de petróleo. "As eleições de abril foram anunciadas entre as mais justas da história da Nigéria, mas também foram as mais sangrentas", afirmou a pesquisadora Corinne Dufka, da HRW na África Ocidental.

A organização disse ter entrevistado 55 testemunhas em vários Estados, incluindo vítimas da violência, padres, líderes tradicionais, policiais e jornalistas. As informações são da Associated Press.