A produção de petróleo da Líbia diminuiu em cerca de 300 mil barris diários por causa de protestos realizados por grupos que exigem maior autonomia para o leste da Líbia e que bloquearam as operações em alguns terminais, na véspera de eleições nacionais, disseram autoridades nesta sexta-feira.
Os protestos, combinados com outros fatores relacionados à armazenagem e ao mercado, derrubaram a produção líbia dos habituais 1,6 milhão de barris por dia para cerca de 1,3 milhão. A produção vinha aumentando continuadamente desde o final da guerra civil que depôs o regime de Muamar Kadafi, no ano passado.
"A gente está falando de uma escassez na produção diária de cerca de 300 mil (barris), mais ou menos", disse por telefone à Reuters o presidente da estatal petroleira local NOC, Nuri Berruien. "A maior parte do corte é por causa da inquietação."
Berruien disse que os protestos políticos impedem a remessa de petróleo a partir de terminais no leste, como o de Al Sidra e na região de Ras Lanuf. Ele disse que problemas de armazenagem e fatores de mercado também contribuem para isso.
O executivo disse que os protestos começaram a atrapalhar o setor petrolífero na noite de quinta-feira, e que alguns funcionários da NOC foram informados de que os transtornos irão durar 48 horas.
"Para a segurança dos equipamentos e das pessoas que lá trabalham, decidiu-se minimizar as exportações dos terminais de Sidra e Ras Lanuf, e nesse caso você precisa reduzir a produção", disse à Reuters o vice-ministro do petróleo, Omar Shakmak. Segundo ele, a produção está em 1,35 milhão de barris por dia.
Berruien não quis especular sobre quem são os manifestantes. Um autoproclamado conselho autônomo da província, que é rica em petróleo, conclamou a população local a boicotar a eleição parlamentar nacional de sábado, argumentando que ela não dará uma representação adequada ao leste líbio.
O movimento antieleitoral inclui também algumas tribos e ex-combatentes rebeldes reunidos em Wadi Ahmar, que fica a oeste da cidade de Benghazi, segundo analistas.
O leste líbio, principal região petrolífera do país, foi financeiramente discriminado durante os 42 anos do regime de Kadafi. Um movimento federalista tem ganhado força na região nos últimos meses.
O Parlamento a ser eleito no sábado terá as tarefas de apontar um novo primeiro-ministro, participar da redação da Constituição e aprovar leis que serão cruciais para moldar as instituições líbias.
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