Milhares de familiares de detentos venezuelanos protestaram contra os abusos e as más condições das prisões nesta terça-feira (14). É a maior manifestação do tipo no país.
A violência dentro das cadeias mata centenas de detentos a cada ano, o que despertou a reclamação de que o presidente, Hugo Chávez, não fez o suficiente para conter o crime e melhorar o sistema judiciário, que permite que pessoas passem anos na prisão sem julgamento.
O Observatório Prisional da Venezuela, um grupo sem fins lucrativos que monitora as cadeias, disse que o protesto começou na semama passada, com uma greve de fome em uma das prisões, e acabou espalhando-se pelo país. Estão participando da manifestação centenas de familiares de presos, incluindo crianças.
O Ministério do Interior disse que 6.500 parentes de presos sentaram-se em sinal de protesto em oito cadeias, segundo a mídia local.
O grupo relatou no ano passado que mais de 500 detentos foram mortos na prisão no ano passado e outros oito em protestos semelhantes. A manifestação desta semana é muito maior do que o comum.
Chávez, que utilizou a renda proveniente do petróleo para financiar programas sociais para os pobres, prometeu melhorar as condições das prisões onde cerca de 21 mil venezuelanos cumprem sentença. O próprio Chávez foi preso por dois anos, devido a uma tentativa de golpe em 1992.
O crime é a principal preocupação da Venezuela. Muitos críticos e até apoiadores de Chávez acusam o governo de ter fracassado em conter a violência que mata milhares de pessoas a cada ano, de acordo com pesquisas de opinião.