Um dia depois das eleições gerais em Portugal, o vencedor Partido Social Democrata (PSD) disse que precisa formar uma coalizão de governo rapidamente para cumprir os prazos estabelecidos pelo pacote de ajuda financeira internacional.
O próximo governo tem de apresentar, até o final de julho, um projeto para reduzir significativamente as contribuições das empresas para a Seguridade Social, vender o Banco Português de Negócios, eliminar sua participação societária em empresas e reduzir as indenizações para trabalhadores demitidos, entre outras medidas.
Mas, tendo em vista que algumas dessas ações exigem a maioria dos votos no Parlamento e nenhum partido conseguiu essa maioria sozinho nas eleições de ontem, uma coalizão é necessária para aprovar novas leis.
Além disso, pode levar até 25 de junho até que um novo governo assuma, depois de o presidente Aníbal Cavaco Silva indicar um novo primeiro-ministro e o Parlamento ser convocado para debater as novas propostas, afirmou o Jornal de Negócios, com base em transições anteriores de governo.Encontro
Cavaco Silva se reuniu hoje com Pedro Passos Coelho, o líder do PSD, e pediu a ele que comece rapidamente o processo para a formação de um governo de maioria, com o objetivo de apresentar um projeto antes de os resultados oficiais das eleições serem publicados, segundo um porta-voz do governo. Os resultados finais serão publicados depois de 15 de junho, assim que todos os votos forem contados.
"Farei todos os esforços, o mais rápido possível, para assegurar que o país tenha um governo de maioria liderado pelo PSD que dê estabilidade a Portugal nos próximos quatro anos", disse Passos Coelho em seu discurso da vitória no domingo. Ele afirmou que iniciaria negociações com o conservador partido Centro Democrático e Social (CDS). Juntas, as duas legendas detêm 120 das 230 cadeiras do Parlamento.
Uma coalizão entre PSD e CDS pode ser boa, já que os partidos estão alinhados em muitas questões que vão da flexibilização das leis trabalhistas, privatização e a necessidade do aumento da competitividade. Os partidos também têm um histórico na formação de governos de coalizão. Um ponto de atrito, porém, deve ser o número de ministérios que cada partido vai comandar no novo governo. As informações são da Dow Jones.