Em desafio aos protestos na Ucrânia e às sanções do Ocidente, o presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira (19) ao Parlamento que a Rússia vai seguir adiante com os procedimentos para anexar a região da Crimeia.

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Putin assinou um decreto "para aprovar o projeto de tratado entre a Federação Russa e a República da Crimeia sobre a adoção da República da Crimeia pela Federação Russa". O decreto indica que o presidente vai assinar um tratado com o líder crimeano apontado por Moscou, que está na capital russa para solicitar a incorporação, mas o documento não tem detalhes.

A medida foi anunciada após a realização, no domingo, de um referendo ao estilo soviético na Crimeia, que está sob ocupação militar russa, em que 97% dos eleitores declararam ser a favor de voltar para o domínio russo, depois de 60 anos como parte da Ucrânia.

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Ao seguir em frente com os passos para desmembrar a Ucrânia contra sua vontade, Putin elevou a tensão ainda mais na maior crise Leste-Oeste desde o fim da Guerra Fria.

Mas o primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseniy Yatseniuk, procurou tranquilizar Moscou em duas áreas principais de preocupação, dizendo em um discurso televisionado em russo que Kiev não está buscando aderir à Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e que vai agir para desarmar milícias nacionalistas ucranianas.

Crimeia vai abandonar moeda ucraniana até abril, diz agência RIA

A Crimeia vai adotar o rublo russo como moeda oficial e deixará de usar a hryvnia ucraniana em abril, disse uma autoridade do governo regional crimeano, segundo a agência de notícias russa RIA, após o referendo que aprovou a adesão da península à Rússia.

Autoridades da Crimeia haviam anunciado anteriormente que a hryvnia continuaria como moeda oficial ao menos até 2016.

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"Infelizmente, devo dizer que a circulação paralela do rublo e da hryvnia não vai funcionar. Estamos mudando para a zona do rublo", disse o vice-premiê da Crimeia, Rustam Temirgaliyev, segundo a agência estatal.