O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou nesta sexta-feira (10) a "força triunfal do patriotismo russo" no tradicional desfile militar que comemora a vitória de 1945 sobre a Alemanha nazista, considerada uma demonstração de poder em plena crise com a Ucrânia.
Após o desfile Putin foi à Crimeia para participar em Sebastopol, base histórica da frota russa do Mar Negro, nas celebrações da vitória contra os nazistas.
"A força triunfal do patriotismo russo sai vitoriosa nesta celebração, na qual todos sentimos de maneira especial o que significa ser fiel à pátria e como é importante defender seus interesses", afirmou Putin em um discurso na praça Vermelha de Moscou para as tropas e os veteranos da Segunda Guerra Mundial.
A Rússia comemora todos os anos a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial em 9 de maio, um dia depois das cerimônias nos países ocidentais.
O regime nazista assinou a rendição no fim da noite de 8 de maio, quando em Moscou já era 9 de maio em consequência do fuso horário.
"A vontade de ferro do povo soviético, sua coragem e sua firmeza salvaram a Europa da escravidão", disse Putin.
Comandante Supremo das Forças Armadas, Putin rendeu homenagem aos quase 27 milhões de civis e soldados russos mortos na Grande Guerra Pátria, como é chamado na Rússia o capítulo soviético (1941-45) da Segunda Guerra Mundial.
Putin lembrou a crucial batalha de Stalingrado, o cerco a Leningrado e mencionou também a batalha de Sebastopol, porto do Mar Negro situado na península da Crimeia, parte do território ucraniano que foi anexado pela Rússia no dia 21 de março.
Além disso, lembrou os combates nas margens do rio Dnieper, no atual território da Ucrânia, onde há anos não acontecem paradas militares no dia 9 de maio, o que, nesta ocasião, foi muito criticado pela imprensa russa.
"Hurra, Hurra, Hurra!", gritaram centenas de soldados dos três exércitos posicionados na praça após receber a felicitação do chefe do Estado.
Ucrânia
O tradicional desfile militar, no qual Moscou exibe sua grande capacidade militar, acontece em plena crise com a Ucrânia, que se intensificou após a anexação da península ucraniana da Crimeia à Rússia.
Esta é a primeira visita de Putin a Crimeia desde a anexação desta península à Rússia em março.
Moscou já confirmou a presença de Putin em 6 de junho na celebração dos 70 anos do desembarque aliado na Normandia (França), onde encontrará com o presidente americano, Barack Obama, e com Merkel.
Na Ucrânia, as autoridades interinas de Kiev não organizaram nenhum desfile militar durante a tradicional celebração da vitória contra a Alemanha nazista pelo temor de eventuais "provocações" dos ativistas pró-Rússia.
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