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O Quarteto para o Oriente Médio se reuniu nesta quinta-feira à noite em Lisboa, para definir a ação na região e a de seu novo enviado, o ex-premier britânico Tony Blair: ajudar os palestinos a construir um Estado, ou ir além disso, facilitando um amplo diálogo entre as partes.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o alto representante da UE para Política Externa e Segurança, Javier Solana, e o chanceler russo, Serguei Lavrov, participaram do encontro.

Em conversa com jornalistas no avião que seguia para a capital portuguesa, Rice declarou que "não há objetivo mais importante do que ter um Estado palestino viável" e que é disso que trata o mandato "claramente definido" de Blair.

"Existem negociações políticas que os Estados Unidos, por uma série de razões, estão determinados a dirigir, em coordenação com o Quarteto", disse Rice, elogiando Blair, "uma personalidade histórica muito competente e respeitada no mundo".

Nomeado em 27 de junho passado, Blair recebeu como missão trabalhar na mobilização da ajuda internacional à Autoridade Palestina e na implantação de um Estado palestino.

Durante uma reunião com o chefe de Governo espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, pela manhã, em Madri, Blair ressaltou "a grande vontade política que existe de se chegar à paz e à estabilidade no Oriente Médio, o que passa pelo estabelecimento de dois Estados", de acordo com uma nota do governo espanhol.

Tony Blair avaliou que "é importante que a Palestina assuma plenamente suas responsabilidade" e seja capaz de "governar e garantir a segurança e a ordem pública", completou a mesma fonte.

Dez países do sul da Europa defenderam, porém, um aumento no papel que Blair desempenhará, para facilitar as "negociações sem precedentes sobre o status final dos territórios palestinos entre israelenses e palestinos".

Vários países árabes e a Autoridade Palestina esperam que a reunião de Lisboa permita levar as diferentes partes envolvidas à mesa de negociações e criar uma nova dinâmica de paz.

De visita a Lisboa, na quarta-feira, o ministro egípcio das Relações Exteriores, Ahmed Abul Gheit, preconizou um diálogo entre a Autoridade Palestina e os islâmicos do Hamas, que tomaram o controle da Faixa de Gaza, o que foi totalmente excluído pelos EUA.

Em entrevista coletiva com seu colega português Luis Amado, Rice insistiu na vontade de Washington de apoiar exclusivamente o presidente palestino, Mahmud Abbas, isolando o movimento radical Hamas.

"Já que não somos sequer capazes de reconhecer o direito à existência de seu parceiro, não vejo como podemos falar de paz", afirmou Rice.

Já Amado declarou que não vê "qualquer razão para iniciar uma nova relação com o Hamas no momento atual".

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