De um aglomerado de barracas em terrenos baldios do árido sul da Somália, o xeque Ahmed Madobe comanda uma milícia que luta para repelir rebeldes islâmicos da fronteira do seu ansioso vizinho, o Quênia.

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Junto com tropas do governo somali, os combatentes Raskamboni de Madobe - alguns aparentando ser apenas adolescentes - policiam uma paz inquieta em Dhobley, uma cidade empoeirada e varrida pelo vento a apenas alguns quilômetros da fronteira leste do Quênia.

O Quênia, maior economia do leste da África, há tempos observa inquieto a Somália, e se esforça para manter segura a porosa fronteira com seu vizinho sem lei, que se estende por centenas de quilômetros através de regiões desérticas.

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O governo queniano quer criar uma zona-tampão para evitar que se espalhe a violência de jihadistas estrangeiros treinados pela Al-Qaeda, que buscaram refúgio na Somália, assim como os rebeldes Shabaab entrincheirados no sul.

O Quênia já treinou milhares de recrutas somalis para vigiar a fronteira. Também forneceu apoio logístico e de inteligência a tropas do governo somali.

"Dhobley é a primeira área que nós protegemos, expulsando a al Shabaab. Nos próximos dias esperamos empurrá-los para fora da região", disse o xeque Dahir, um dos assessores de Madobe.

Madobe era membro do governo islâmico que foi tirado do poder pelas forças etíopes no final de 2006, começo de 2007. Posteriormente ele se juntou ao governo apoiado pela ONU.

Depois que al Shabaab se retirou de Mogadíscio, no início deste mês, acossada por profundas rixas entre seus principais comandantes e por dificuldades financeiras, os combatentes pró-governo de Dhobley estão ansiosos para estender a luta às forças insurgentes nas redondezas.

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Homens armados passeiam pela matagal seco devastado pela seca em seus uniformes novos, com cintos de balas de alto calibre, esperando, dizem, pela ordem de entrar no território controlado pela Shabaab, onde unidades islamistas estão escondidas.

O entusiasmo das milícias somali de combater a al Shabaab é bem visto pelo governo queniano, que foi ameaçado por rebeldes islamistas, segundo os quais o Quênia seria alvo de ataques.

"O Quênia e seus parceiros (regionais) têm interesse em manter a al Shabaab à margem para que ela não consiga... reforçar suas atividades terroristas", disse o porta-voz do governo queniano Alfred Mutua.

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