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Quênia: número de mortos chega a 39; um atirador é preso

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(Foto: REUTERS/Goran Tomasevic)
Seguranças vasculham todas as lojas do shopping em busca de atiradores |

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Seguranças vasculham todas as lojas do shopping em busca de atiradores

O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, afirmou neste sábado que ao menos 39 pessoas foram mortas por "terroristas" em um ataque armado a um shopping center em Nairóbi, e prometeu que o Quênia vai perseguir os responsáveis.

"Os perpetradores desprezíveis desse ato covarde queriam intimidar, dividir e causar desalento entre os quenianos", disse Kenyatta em discurso à nação televisionado.

"Já superamos ataques terroristas antes. Vamos derrotá-los de novo."

Kenyatta afirmou ainda que ele próprio perdeu parentes próximos no tiroteio deste sábado. Falando às famílias das vítimas, ele afirmou no discurso: "Peço a Deus para lhes dar conforto no momento em que enfrentam essa tragédia, e sei o que vocês sentem, pois também perdi membros da família muito próximos nesse ataque."

Atirador é preso; reféns continuam em shopping

A polícia queniana deteve um suposto membro do grupo que realizouo ataque a um centro comercial em Nairóbi.

"Detivemos em um hospital um dos suspeitos do ataque do centro comercial Westgate", anunciou a polícia em sua conta no Twitter.

Um número indeterminado de reféns ainda se encontra no shoppping. O chefe da polícia local, David Kimaiyo, garantiu que "nenhum suspeito escapou" do shopping. Informações prévias indicavam que pelo menos um dos autores do ataque tinha conseguido fugir em meio às vítimas.

Kimaiyo disse também que um dos pistoleiros ficou ferido nos enfrentamentos com a polícia, que tenta render o grupo.

Vários funcionários e clientes do complexo comercial, um dos mais movimentados de Nairóbi, seguem detidos pelos pistoleiros horas depois do ataque, que ocorreu nesta manhã e cuja autoria foi assumida pela organização Al Shabab.

Vários feridos e corpos foram retirados do shopping nas últimas horas. O governo do Quênia disse que "não retrocederá nesta guerra" nem "correrá riscos" para resolver a situação.

"Reforçamos a segurança em todos os shoppings da cidade", afirmou o secretário do Ministério do Interior, Mutea Iringo, que procurou enviar uma mensagem de "tranquilidade" aos quenianos durante entrevista coletiva realizada hoje.

Ataque e fuga

Homens armados atacaram neste sábado (21) um shopping na capital queniana e abriram fogo, causando a correria de uma verdadeira multidão em fuga, com pessoas se escondendo nas lojas, em um cinema e nas ruas.

Tiros esporádicos podiam ser ouvidos horas após a invasão, com soldados cercando o shopping e a polícia vasculhando o prédio, caçando os agressores loja por loja.

O grupo militante somali Al Shabaab, que o Quênia culpa por tiroteios, bombardeios e ataques com granadas em igrejas e contra as forças de segurança, já havia ameaçado atacar o shopping Westgate antes, um local popular entre a comunidade de expatriados da cidade.

Os ataques do Al Shabaab seguiram a ação das forças quenianas contra militantes ligados à Al Qaeda na Somália, há dois anos.

Helicópteros da polícia sobrevoavam o local, enquanto a polícia gritava "sai, sai", com centenas de pessoas fugindo do shopping. Por uma das entradas do estabelecimento saía fumaça, e testemunhas disseram ter ouvido explosões de granadas.

Outros afirmaram que viram cerca de cinco homens armados atacarem o shopping Westgate, e que o incidente aparentava ser um ataque, não um assalto.

"Eles não parecem ser ladrões. Isso não é um assalto", afirmou Yukeh Mannasseh, que estava no andar de cima do shopping quando o tiroteio começou. "Parece ser um ataque. Os guardas que os viram disseram que eles atiravam indiscriminadamente."

O Ministro do Interior do Quênia disse: "Há a possibilidade que seja um ataque terrorista, por isso estamos tratando o assunto de maneira muito séria."

Questionado sobre o envolvimento de forças de segurança estrangeiras na operação para expulsar os agressores, ele afirmou: "Nesse momento isso ainda não se tornou necessário."

Uma testemunha, que se identificou como Taha, disse ter ouvido som de freios, seguido por uma explosão e um tiroteio no piso inferior momentos depois. Outro sobrevivente disse ter sido atingido por um homem que parecia somali.

Alguns clientes subiram as escadas e se esconderam no complexo de cinema do shopping. A polícia encontrou outro grupo escondido em um toalete do primeiro piso.

Pelo menos duas dúzias de feridos foram retirados do local em macas e carrinhos de compras. Muitas das vítimas tinham alguns ferimentos leves, aparentemente causados por destroços que voaram sobre elas. Algumas pessoas conseguiram sair andando com roupas manchadas de sangue envolvendo seus ferimentos.

Questionado se o ataque havia sido um assalto, um policial paramilitar disse: "Não, (foi) terrorista". Não houve, no entanto, nenhuma declaração oficial da polícia sobre a motivação do grupo.

A polícia isolou as ruas em torno do shopping, que fica no bairro central Westlands.

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