Resgate
Mortes confirmadas já são mais de 8,8 mil
São Paulo - A Polícia Nacional do Japão informou que as mortes confirmadas pelo terremoto e tsunami do último dia 11 chegou a 8.805, em 12 regiões. Outras 12.654 pessoas ainda estão desaparecidas em seis localidades. As autoridades japonesas, no entanto, ainda buscam por possíveis sobreviventes.
Dez dias após o tremor, cerca de 320 mil deslocados, incluindo as pessoas que fugiram da zona da usina nuclear de Fukushima, ainda estão nos cerca de 2.100 abrigos improvisados em 16 prefeituras.
Valas comuns
Com as estimativas do governo federal de que o número de mortos por causa do terremoto e do tsunami vá chegar a mais de 18 mil, as cidades da costa nordeste não dão conta do número de corpos colocados em necrotérios improvisados, criando o dilema sobre o que fazer com esses cadáveres.
Alguns governos locais os têm enterrado em valas comuns, uma medida considerada extrema no Japão, onde quase todos os mortos são cremados e algumas cidades proíbem enterros, citando razões sanitárias.
Mas os crematórios não conseguem incinerar os mortos com a mesma velocidade que os corpos chegam. Há falta de querosene, necessária para cremar os corpos e os meios para preservá-los, como gelo seco, também não são encontrados.
São Paulo - A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse ontem que a contaminação por radiação nos alimentos no Japão é mais séria do que anteriormente imaginado. O governo japonês já identificou níveis maiores de radiação do que o normal em espinafre e leite na região próxima à usina nuclear de Fukushima Daiichi, que sofre vazamento após danos causados pelo terremoto do último dia 11.
Há preocupação crescente de que partículas radioativas já liberadas na atmosfera tenham contaminado fontes de alimento e água. "Está claro que a situação é séria", disse Peter Cordingley, porta-voz do escritório regional do Pacífico Oriental da OMS sediado em Manila.
"É muito mais sério do que qualquer um pensava nos primeiros dias, quando achávamos que este tipo de problema pode estar limitado a 20 ou 30 quilômetros. É seguro supor que uma parcela de produtos contaminados tenha saído da zona de contaminação." Ele disse entretanto não haver evidência de que alimentos contaminados oriundos de Fukushima tenham chegado a outros países.
O governo japonês ordenou ontem a suspensão da venda de leite e espinafre em quatro prefeituras próximas à usina nuclear. Segundo o secretário de Gabinete japonês, Yukio Edano, a medida é válida para as prefeituras de Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma.
Leite e espinafre
O governo japonês já alertara no fim de semana que havia encontrado níveis acima do normal de radiação por iodo em leite e espinafre a até 120 km da usina.
O Ministério de Saúde do Japão já havia pedido aos moradores próximos da usina nuclear que não bebessem água de torneira, contaminada com altos níveis de iodo radioativo.
Não há ainda relatos de comida contaminada na capital Tóquio, com cerca de 13 milhões de moradores. Autoridades municipais, contudo, identificaram níveis acima do normal de iodo radioativo em um crisântemo.
Prejuízo é de 4% do PIB
O Banco Mundial citou em um relatório estimativas entre US$ 122 bilhões e US$ 235 bilhões em danos provocados pelo forte terremoto deste mês, que foi seguido por um tsunami. Segundo a instituição, a economia do Japão vai temporariamente se desacelerar após o devastador terremoto deste mês, mas o crescimento provavelmente voltará a se acelerar no segundo semestre do ano.
Os cálculos citados pelo relatório correspondem a entre 2,5% e 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Do total em danos, de US$ 14 bilhões a US$ 33 bilhões provavelmente serão cobertos por seguros privados, afirmou o Banco Mundial.
Valores
Em entrevista ao portal chinês Sina.com, Justin Yifu Lin, economista-chefe do Banco Mundial, afirmou que os danos do desastre devem somar entre US$ 100 bilhões e US$ 230 bilhões. Em comparação, o forte terremoto de 1995 em Kobe gerou despesas de US$ 100 bilhões, ou cerca de 2% do PIB.
"Nós esperamos que o impacto econômico desse desastre sobre a região do Leste da Ásia tenha vida curta", afirmou no relatório Vikram Nehru, economista-chefe do Banco Mundial para a Ásia. "Nós esperamos que o crescimento no Japão se acelere conforme os esforços de reconstrução se acelerarem."
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