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Mulheres tiram fotos durante manifestação pró-Kadafi em Trípoli | Paul Hackett/Reuters
Mulheres tiram fotos durante manifestação pró-Kadafi em Trípoli| Foto: Paul Hackett/Reuters

Benghazi - Os rebeldes líbios que desde fevereiro tentam derrubar o regime de Muamar Kadafi anunciaram on­­tem ter tomado o controle de Za­­wiya, deixando cada vez mais iso­­lada a capital Trípoli.

A tomada de Zawiya, negada pelo governo líbio, coloca os combatentes insurgentes a apenas 50 km da capital na frente oeste. Os combatentes insurgentes nunca estiveram tão próximos do bastião do regime.

Se confirmada a queda de Za­­wiya, palco de sangrentos combates desde o início do levante, em fevereiro, seria um importante revés para Kadafi, no poder desde 1969.

A cidade de 300 mil habitantes é um importante pólo petrolífero e fica a menos de 200 km da fronteira com a Tunísia, que vinha sen­­do usada como elo entre o território líbio ainda sob controle governista e o mundo externo.

Os rebeldes também relatam avanços rumo a Trípoli pelo sul. Após ultrapassar Surman e Gha­­ryan, os opositores de Kadafi chegaram a Sabrata.

Na frente leste, os rebeldes co­­memoraram a tomada de Tawar­­ga, onde se apropriam de uma grande quantidade de armas aban­­donadas pelo Exército líbio.

"Recuperamos uma quantidade incrível de material e também baterias de lança-mísseis. Deixa­­ram tudo antes de se retirar", disse à agência Efe Ramy el Misrata, membro do comando rebelde.

Mas os rebeldes que enfrentam as forças do regime em Brega, tam­­bém no leste do país, foram alvo ontem de um míssil Scud, se­­gun­­do autoridades americanas que monitoram a por radar e satélite em favor dos rebeldes. O missíl caiu no deserto sem causar da­­nos.

Se confirmado, seria o primeiro disparo desse tipo de míssil, pouco preciso mas com alto poder de destruição.

Prazo

Apesar das dificuldades, o governo rebelde, que tem sede em Ben­­ghazi e é reconhecido por 30 paí­­ses, estima que conseguirá derrotar o regime de Kadafi até o final deste mês, o que coincidirá com o fim do Ramadã, o mês sa­­grado do calendário islâmico.

A revolta popular completou seis meses ontem. O início das manifestações pela saída de Ka­­dafi do poder tiveram início em fevereiro deste ano, quando, inspirados por protestos populares no Egito, centenas de líbios saíram às ruas de Benghazi, a segunda maior cidade do país. As manifestações se espalharam e, em resposta à violência contra civis, os ministros da Justiça, Mustafá Abdeljalil, e o do Interior, Abdel Fatah Younes, passaram para o lado dos rebeldes.

Os protestos viraram conflitos armados ainda em fevereiro e, no fim do mês, os rebeldes controlavam a região fronteiriça com o Egito, Ajdabiya, incluindo Tobruk e Benghazi. Estados Unidos, ONU e União Europeia passaram a aplicar sanções contra o regime de Kadafi.

Em março, a França foi o primeiro país a reconhecer o Con­­se­­lho Nacional de Transição (CNT), órgão rebelde, como "único representante da Líbia". Desde então, outros 25 países tomaram a mesma atitude. No mesmo mês, o Conselho de Segurança autorizou o uso da força contra tropas de Kadafi para proteger civis.

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