Rebeldes curdos reivindicaram nesta quinta-feira a responsabilidade pelo assassinato de sete soldados turcos, segundo uma agência de notícias curda. O ataque gerou revolta no país e foi visto como um revés para os esforços do governo para se reconciliar com as minorias curdas.

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A agência Firat, citando o grupo rebelde curdo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), afirmou que uma unidade que agia por conta própria realizou o ataque na segunda-feira, na cidade de Tokat, centro do país. Três soldados também ficaram feridos na emboscada rebelde, em um veículo militar.

Tropas turcas mataram nove rebeldes curdos em recentes confrontos nas províncias de Mardin e Kakkari, sudeste do país, na fronteira com o Irã e o Iraque, informou a agência de notícias Anatólia nesta quinta-feira. A agência não revelou quando os confrontos acontecerem e autoridades militares não estavam disponíveis para falar sobre o assunto.

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O ataque de segunda-feira gerou tensão na Turquia. Jovens curdos têm realizado violentos protestos nas últimas semanas, para denunciar as condições da nova prisão em que está o chefe dos rebeldes curdos, Abdullah Ocalan. Os protestos se intensificaram, após a Suprema Corte turca começar as deliberações nesta semana sobre um caso que pode resultar no fechamento do Partido Sociedade Democrática, favorável aos curdos, sob a acusação de vínculos com o proscrito PKK. O veredicto pode sair nesta sexta-feira.

O PKK é considerado terrorista por Estados Unidos e União Europeia. O partido investigado, porém, pediu que o governo negocie com os rebeldes e conceda uma anistia para os líderes guerrilheiros.

Centenas de partidários dos rebeldes curdos realizaram um violento protesto nesta quinta-feira, confrontando a polícia na cidade de Van, no oeste turco, perto da fronteira com o Irã, segundo a agência estatal Anatólia. Os manifestantes, armados com pedras, bombas e fogos de artifício, participaram de batalhas nas ruas da cidade de maioria curda. A polícia respondeu com gás pimenta para dispersar os manifestantes. Quatro policiais e um manifestante ficaram levemente feridos e 25 pessoas foram detidas.

Durante recentes manifestações de violência, um estudante morreu após ter sido atingido por tiros na cidade de Diyarbakir, sudeste do país, e outro morreu na segunda-feira devido a fortes queimaduras após um ataque com fogos de artifício realizado por militantes curdos num ponto de ônibus em Istambul.

Ocalan, que cumpre sentença de prisão perpétua numa ilha perto de Istambul, foi transferido para uma prisão de segurança máxima recém-construída. Seus partidários afirmam que sua atual cela é menor que a anterior. O Ministério da Justiça disse que as diferenças são muito pequenas e que a nova prisão representa uma melhoria e é um local onde Ocalan poderá se socializar com outros prisioneiros. Ocalan é mantido em confinamento solitário desde sua captura, em 1999.

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Suas guerrilhas têm lutado pela autonomia no sudeste do país desde 1984. Recentemente, o governo anunciou medidas para se reconciliar com a minoria curda ao expandir direitos culturais num esforço para encerrar o conflito que matou dezenas de milhares de pessoas.

Mas políticos curdos insistem que o governo poderia abrir o diálogo com Ocalan para chegar a uma solução realista. Os curdos são cerca de 20% da população turca de mais de 70 milhões.

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