A cidade rebelde de Homs (centro da Síria) era na manhã desta sexta-feira (17) alvo dos "bombardeios mais violentos em 14 dias" realizados pelas forças do regime, afirmou à AFP um militante na região.
"São os bombardeios mais violentos em 14 dias. É incrível, é de uma extrema violência, nunca vimos algo semelhante. Disparam uma média de quatro foguetes por minuto", afirmou Hadi Abdullah, membro da Comissão Geral da Revolução Síria.
"Além dos bairros de Baba Amr e de Al Inshaat, os de Jaldiye e Bayyada são atacados nesta sexta-feira, quando os bombardeios contra estes bairros não foram tão intensos nos últimos dias", disse.
Este militante informou que a aviação militar e os aviões de reconhecimento sobrevoavam Homs, acrescentando que se tratava de uma mobilização "sem precedentes".
Um vídeo divulgado por militantes na internet mostra um tanque disparando contra as residências, e em outro vídeo são ouvidos intensos bombardeios contra a cidade, chamada de "capital da revolução" pelos militantes.
Na véspera, a Assembleia Geral da ONU aprovou, em Nova York, por ampla maioria, uma resolução que condena a repressão do regime do presidente sírio contra a população civil na Síria após um dia violento que deixou pelo menos 41 mortos no país árabe.
A resolução, apresentada na Assembleia Geral menos de duas semanas após o veto da Rússia e da China e de uma iniciativa similar no Conselho de Segurança, foi aprovada por 137 votos a favor, 12 contra e 17 abstenções.
Entre os que se opuseram à resolução estavam Rússia, China, Irã e os países latino-americanos da ALBA (Alternativa Bolivariana para os Povos da Nossa América, integrada entre outros por Venezuela, Cuba, Bolívia e Nicarágua).
Mas, diferente do Conselho de Segurança, na Assembleia Geral das Nações Unidas não há direito a veto, embora ao mesmo tempo o texto aprovado não seja vinculante.
A proposta votada expressa a "grave preocupação" pela deterioração da situação na Síria e condena as "violações contínuas e sistemáticas dos direitos humanos e as liberdades fundamentais por parte das autoridades sírias".
Insiste, ainda, na necessidade de aplicar o plano proposto pela Liga Árabe, que impulsiona uma transição para um sistema democrático e pluripartidário, embora não mencione expressamente que Assad ceda seu cargo.
Tal como ocorreu no Conselho de Segurança, a Rússia teria exigido previamente à sua votação várias emendas ao projeto, entre elas apagar a lista de abusos cometidos por Damasco contra civis e exigir "o fim dos ataques por parte de grupos armados" da oposição síria.
Uma primeira resolução denunciando a situação na Síria havia sido adotada pela Assembleia Geral da ONU em 19 de dezembro passado por 133 votos a favor, 11 votos contra e 53 abstenções (entre eles Rússia e China).
Horas antes da votação em Nova York, as tropas de Assad bombardearam com artilharia pesada a cidade de Homs (centro), pelo décimo terceiro dia consecutivo, assim como Hama (centro), onde morreram 18 pessoas, muitas delas soldados desertores.
Ao mesmo tempo, dois massacres em províncias provocaram outras 23 vítimas fatais, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Esta organização denunciou que em um vale da província de Idleb (noroeste) as forças do regime sírio cometeram "uma matança" que custou a vida de 19 pessoas, 11 delas da mesma família.
A OSDH também informou que um civil e três soldados também morreram na província de Deraa (sul), onde se teme outro massacre após os ataques de quarta-feira na região, que deixaram dezenas de desaparecidos.
Paralelamente, pelo menos 14 opositores foram detidos em Damasco, entre eles a blogueira Razan Ghazawi, um dos símbolos da revolta popular contra o governo Assad, e o jornalista Mazen Darwich.
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