Atualizado em 11/07/2006 às 19h22
Um grupo radical iraquiano divulgou um vídeo com imagens dos corpos mutilados de dois supostos soldados americanos que a organização afirma ter seqüestrado em junho, no Sul do Iraque. Os soldados Thomas L. Tucker e Kristian Menchaca foram levados por extremistas durante operação contra as forças de ocupação em 16 de junho.
A rede de televisão Al-Jazeera informou nesta terça-feira que a gravação foi divulgada na internet pelo Conselho dos Mujahedin (Combatentes Islâmicos) Shura, organização integrada por oito grupos radicais islâmicos ativos no Iraque, inclusive o ramo iraquiano da Al-Qaeda.
A voz de Osama bin Laden e de Abu Musab al-Zarqawi, líder da Al-Qaeda no Iraque morto em um ataque aéreo americano em 7 de junho, são ouvidas no vídeo. Uma fotografia de Zarqawi e o logotipo da organização que comandava podem ser vistas nas imagens.
A rede não reproduziu a fita de vídeo "devido à crueza das imagens". Mas afirmou que o grupo garante ter seqüestrado e assassinado os dois militares para "vingar o estupro e a morte de uma jovem iraquiana por um soldado da sua brigada".
Abeer al-Janabi, de 14 anos, seus pais e uma irmã de 6 anos foram mortos em casa por volta do dia 12 de março.
O Conselho se refere aparentemente aos dois soldados americanos seqüestrados, após um ataque de insurgentes em Yusufiya, cerca de 30 quilômetros ao sul de Bagdá. Os seus corpos foram achados vários dias depois, na mesma localidade. No ataque morreu um terceiro militar americano.
Segundo o Exército dos EUA no Iraque, cinco soldados americanos foram acusados recentemente de violentar e assassinar em março uma jovem iraquiana, além de matar outros três membros de sua família, na localidade de Mahmudiya.
Os militares dos EUA divulgaram um comunicado em Bagdá dizendo: "Condenamos a divulgação do vídeo nos termos mais fortes possíveis. Isso demonstra a natureza brutal e bárbara dos terroristas e seu completo desrespeito pela vida humana".
Yusufiya e Mahmudiya estão no chamado Triângulo da Morte, onde são freqüentes os ataques contra as tropas americanas e as Forças de Segurança iraquianas.
A família de Tucker, nascido no Oregon, liberou o conteúdo da última conversa telefônica que teve com o soldado. "Fique orgulhosa de mim, mamãe, estou defendendo meu país. Diga oi por mim a minha irmã e meus sobrinhos. Estou bem, estou segundo meu caminho", falou o militar no Iraque.
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