O rebelde Exército Livre Sírio (ELS) elogiou nesta sexta-feira (14) a decisão dos Estados Unidos de conceder ajuda militar aos insurgentes e disse que embora o auxílio tenha chegado tarde, significará o início de uma nova fase na luta para derrubar o regime.
O porta-voz do Comando Conjunto do ELS, Fahd Al-Masri, disse por telefone que com a medida "erros" passados dos EUA em relação aos rebeldes foram corrigidos e se abre "uma nova etapa no conflito sírio".
"Os Estados Unidos tomaram a decisão de armar os rebeldes depois que várias forças estrangeiras começaram a interferir na Síria", disse o porta-voz, que denunciou o apoio ao regime de Damasco do Irã, do grupo xiita libanês Hezbollah, de combatentes xiitas iraquianos e da Rússia.
A medida também foi adotada, segundo Masri, depois que "o regime ultrapassou as linhas vermelhas", disse em alusão ao uso de armas químicas confirmado ontem por Washington.
Embora os EUA não tenham especificado o volume da ajuda militar, o porta-voz rebelde estimou que suas forças receberão armamento antiaéreo e contra veículos blindados.
Masri afirmou ainda que as armas não cairão em mãos de extremistas, uma das principais preocupações da comunidade internacional: "Os Estados Unidos e os países europeus sabem perfeitamente para quem vão dar armas na Síria".
Na opinião de Masri, com este passo dos EUA começa "a contagem regressiva para o fim do regime" do presidente sírio, Bashar al Assad.
O líder do Conselho Militar Supremo do Exército Livre Sírio (ELS), Salim Idris, disse para a emissora "Al Jazeera", do Catar, que espera que os rebeldes sejam armados de modo rápido para enfrentar o regime e seus aliados do grupo xiita libanês Hezbollah.
Idris pediu além disso que se estabeleça uma zona de exclusão aérea em todo o território sírio para frear os bombardeios do regime, embora sobre essa questão Washington não se pronunciou.
A Casa Branca informou ontem que dará ajuda militar aos rebeldes sírios após confirmar que Damasco usou armas químicas contra a oposição. O jornal "USA Today" acrescentou horas depois que o presidente americano, Barack Obama, autorizou o envio de armas.
Trata-se da primeira vez em que o governo de Obama anuncia um salto qualitativo em relação à ajuda aos rebeldes, embora sem detalhar de que tipo será essa assistência militar nem quando será proporcionada.
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