Concepción se habitua à rotina de cidade sitiada
Atemorizada pelas constantes réplicas do devastador terremoto do último sábado e pela onda de vandalismo que ele disparou, a segunda maior metrópole chilena se habitua a uma rotina de cidade sitiada.
Construções
Quatro prédios de apartamentos na capital devem ser demolidos
Agência Estado
Os prédios de apartamento na capital chilena, Santiago, sofreram estragos relativamente menores feitos pelo forte terremoto que atingiu o país no sábado. Apesar disso, autoridades locais informaram que quatro edifícios precisarão ser demolidos.
A reconstrução do Chile após o terremoto e o tsunami ocorridos no sábado levará pelo menos três anos, estimou ontem a presidente Michelle Bachelet. Segundo ela, o país precisará de ajuda internacional.
"Há áreas rurais onde tudo foi para o chão... a infraestrutura foi destruída", notou a presidente. "Milhares de chilenos perderam não apenas suas pessoas queridas, mas suas casas e pertences, enquanto algumas empresas sofreram perdas significativas."
O terremoto fez com que a economia do país ficasse "seriamente comprometida", segundo relatórios divulgados pelo governo. O crescimento do país deve ser de 1% em 2010 a previsão inicial era de 4%.
A presidente viajou na manhã de ontem para as cidades de Talca e Concepción, que estão entre as mais afetadas pelo terremoto, para verificar a entrega de ajuda humanitária às centenas de milhares de vítimas. O governo tem sido criticado pela demora na distribuição de ajuda.
Em muitas cidades atingidas pelo tremor, onde foram restabelecidos parcialmente os fornecimentos de água e luz, há maior tranquilidade durante a noite, graças ao toque de recolher imposto desde domingo para conter a onda de saques.
Uma ponte aérea estabelecida com a região dos sul do país, onde residem cerca de 80% da população chilena, vai transportar 320 toneladas de alimentos e barracas. Um barcaça da armada está distribuindo 270 toneladas de ajuda a localidades costeiras onde é difícil se chegar por terra.
Bachelet comentou que no domingo reuniu-se com o presidente eleito Sebastián Piñera, que assume dentro de uma semana, para coordenar a transição do poder e para que as novas autoridades fiquem cientes da realidade da catástrofe e das medidas tomadas.
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