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Eleições

Recontagem parcial de votos reduz vantagem de Calderón

A recontagem parcial dos votos das eleições presidenciais do México reduziu a vantagem do vencedor, Felipe Calderón, sobre seu adversário de esquerda, Andrés Manuel López Obrador. Com isso, aumenta a pressão para uma nova apuração completa dos votos, afirmaram os partidos.

López Obrador vem exigindo a recontagem total dos votos depois de ter perdido a eleição por 0,58 ponto percentual. Mas o tribunal eleitoral rejeitou a requisição e realizou apenas uma recontagem parcial em 11.800 urnas - cerca de 9% do total. O levantamento foi concluído no domingo.

Embora os resultados oficiais ainda não tenham sido divulgados, o Partido da Revolução Democrática (PRD), de López Obrador, e o Partido Ação Nacional (PAN), atualmente no governo, afirmaram que a recontagem parcial retirou de Calderón mais de 14.000 votos. A diferença entre os dois foi de 240.000 votos.

- Pediremos a ampliação da recontagem(...) e vamos pedir a anulação de 70% da apuração parcial nos próximos dias - disse Claudia Sheinbaum, colaboradora de López Obrador. - Há, consistentemente, uma redução de votos para Calderón - acrescentou ela.

Colaboradores de Calderón, o favorito dos mercados financeiros, reconheceram que houve diferenças, mas afirmaram que isso não mudará o resultado da eleição.

- A vitória de Felipe Calderón foi inquestionável, houve uma diferença mínima que dispensa a recontagem -, disse César Nava, secretário-geral-adjunto do PAN, a uma emissora de rádio.

Enquanto prossegue a incerteza sobre quem será o futuro presidente do México, milhares de simpatizantes do oposicionista continuam acampados na Praça Zócalo, a principal da capital, e na avenida Reforma.

Os manifestantes também fizeram protestos nos últimos dias diante de prédios públicos, bancos, pedágios e de uma emissora de TV, em bloqueios que vêm provocando caos no trânsito da Cidade do México.

O tribunal eleitoral tem até o dia 6 de setembro para declarar quem é o presidente eleito. Se o tribunal declarar Calderón presidente, o candidato da oposição disse no domingo que convocará seus defensores a se manifestar, e afirmou que os protestos podem durar anos, se necessário.

Ele marcou uma manifestação para o dia 1o. de setembro no Congresso, quando o presidente Vicente Fox apresentará seu último informe de governo, e uma assembléia para o dia 16 de setembro, para decidir o futuro do movimento.

- Nossa decisão já está tomada. Não permitiremos a imposição, não aceitaremos um governo ilegítimo e um presidente espúrio - disse López Obrador no domingo, diante de 20.000 pessoas reunidas na praça Zócalo. - Seguirei em frente até as últimas consequências - acrescentou.

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