Por meio da mídia oficial, o regime sírio acusou Israel de ter invadido o seu espaço aéreo no amanhecer desta quarta-feira (30) e realizado um bombardeio contra um alvo militar situado nos arredores da sua capital, Damasco. O alvo, afirma, era um centro militar de pesquisa científica situado na região de Jermana, e matou ao menos dois trabalhadores. Mais cinco ficaram feridos.
O centro, afirma a agência oficial de notícias Sana, era "responsável por aumentar os níveis de resistência e de autodefesa" da região.
Em comunicado, o Comando Geral do Exército sírio afirma que as aeronaves israelenses chegaram pela região da montanha Al Sheikh e voaram em baixa altitude e abaixo dos radares rumo ao centro de pesquisas. Depois do ataque, os jatos saíram. A ação causou "danos materiais consideráveis e destruição" ao edifício e atingiu também uma oficina e uma garagem de veículos.
O Exército sírio acusou "Israel e outros países que se opõem ao povo sírio" de terem realizado, ao longo dos últimos quase dois anos, ataques a locais vitais, como sistemas de defesa antiaérea.O comunicado difundido pela Sana nega que tenha havido um ataque a um comboio carregado de armas, perto da fronteira da Síria com o Líbano. Conforme a informação veiculada horas antes, Israel mirou o carregamento porque acreditava que ele seria entregue ao movimento radical islâmico libanês Hizbollah, que é aliado do Irã e inimigo de Israel.
Oficialmente, nem o governo israelense sem o regime sírio comentaram nenhuma das supostas ações.
O governo de Israel já havia afirmado estar pronto para agir de modo a evitar que a revolta de rebeldes contra o ditador sírio, Bashar Assad, colocasse armamentos -até nucleares- nas mãos do Hizbollah ou de outros de seus inimigos islâmicos.O confronto entre rebeldes e tropas oficiais sírias já dura 22 meses e matou mais de 60 mil pessoas, de acordo com estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas).