O rei Felipe VI da Espanha assinou nesta terça-feira (3) o decreto de convocação de novas eleições legislativas para 26 de junho, diante da incapacidade dos partidos para formar um governo, anunciou o Congresso.
No decreto, o rei ordena a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições apenas seis meses depois das legislativas de dezembro, que deixaram o país com um cenário político muito fragmentado, com quatro grandes partidos incapazes de chegar a um entendimento para a formação do Executivo.
“É a primeira vez que acontece este fato no período democrático, porque não soubemos cumprir o mandato cidadão de chegar a um acordo de maioria suficiente para formar um governo”, lamentou o presidente do Congresso, Patxi López.
Desde a restauração da democracia, em 1977, após 40 anos de ditadura do general Francisco Franco (1939-1975), a Espanha não vivia um bloqueio político como este.
A situação
Nas eleições de 20 de dezembro, os espanhóis puniram os dois grandes partidos, o PP e o Partido Socialista (PSOE), que historicamente se alternam no poder. No poder desde 2011, o PP venceu a votação, mas com uma queda de cadeiras no Parlamento. E o PSOE registrou o pior resultado de sua história.
Os eleitores, irritados com a austeridade e a corrupção, deram espaço a dois novos partidos: o Podemos (de extrema-esquerda) e Ciudadanos (centro-direita).
Para formar o governo era necessário estabelecer coalizões, o que nenhum grupo conseguiu, prolongando o governo interino de Mariano Rajoy, que tem poder apenas para administrar os assuntos cotidianos e não está autorizado a realizar nenhuma reforma.
Esta situação pode prosseguir até agosto, semanas após a sessão inaugural do novo Parlamento, prevista para 19 de julho, que abrirá uma nova etapa de negociações para a formação de um Executivo.
Pesquisas de opinião, no entanto, apontam para uma possível repetição dos resultados da eleição de dezembro, o que poderia estender o impasse político no país.
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