Uma operação militar apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para retirar rebeldes do leste do Congo causou mais morte de civis do que danos aos rebeldes. Mais de 1.400 pessoas foram deliberadamente mortas durante um período de nove meses, segundo relatório de grupos de direitos humanos divulgado nesta segunda-feira.

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O Human Rights Watch disse que documentou ataques "imorais e frequentes" contra civis, realizados por soldados e rebeldes entre janeiro e setembro.

Segundo o grupo de direitos humanos, soldados que recebiam alimentos e munição da ONU mataram civis, estupraram meninas e cortaram as cabeças de alguns jovens que eles acusavam de serem rebeldes ou de dar apoio ao inimigo.

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"Para cada combatente desarmado, um civil foi morto, sete mulheres e meninas foram estupradas, seis casas foram incendiadas e destruídas e 900 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas", disse a organização britânica Oxfam.

O Human Rights Watch disse ter documentado os assassinatos de 732 pessoas entre janeiro e setembro pelo Exército congolês e tropas da vizinha Ruanda. No mesmo período, a entidade contou 701 civis mortos por rebeldes.

"Algumas vítimas foram amarradas juntas antes de suas garantas serem - segundo uma testemunha, 'cortadas como frangos'. A maioria das vítimas era de mulheres, crianças e idosos", disse o grupo.

Mais de 7.500 casos de violência sexual contra mulheres e meninas foram registrados em centros de saúde durante o período de nove meses, quase o dobro de 2008 e provavelmente representando uma fração do total.

O Human Rights Watch disse que os 19 mil capacetes azuis no Congo - a maior força da ONU em todo o mundo - deve "encerrar imediatamente o apoio à atual operação militar" até que possa se assegurar que não há violações às leis humanitárias internacionais. O grupo também pediu que a ONU encontre "um nova abordagem para proteger os civis".

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