Autoridades iraquianas disseram na quarta-feira que cerca de 70 pessoas vítimas do seqüestro em massa na terça-feira foram soltas, mas, diz a agência Associated Press, não está claro quantas vítimas ainda estão em cativeiro, em mais um dia de violência, no qual duas jornalistas foram assassinadas.
Mais de cem pessoas foram seqüestradas na terça do escritório em Bagdá que trata de bolsas e intercâmbios e levadas em cerca de 20 caminhões por homens usando fardas dos comandos do Ministério do Interior.
- A maioria dos reféns foi solta, mas isto não é o bastante para nós. Perseguiremos aqueles que cometeram este ato criminoso - disse o primeiro-ministro Nouri Al-Maliki, ao se encontrar com professores e estudantes na Universidade de Bagdá para dar apoio às instituições educativas do país. - Lamentamos o que aconteceu ontem. A reação do governo foi forte.
Diferentes fontes oficiais do governo deram números díspares sobre o total de reféns, variando de 40 a 150. Um porta-voz ministerial disse na quarta-feira que 40 pessoas tinham sido soltas na própria terça, e 32, na quarta-feira.Racha no governo
Várias famílias, todas sunitas, disseram que não têm informações dos parentes seqüestrados e temem o pior.
Seqüestro causou um racha no governo
- Suspendi minha participação como ministro do governo até que essas pessoas seja soltas - disse o ministro de Educação Superior, Abd Dhiab, à agência Reuters. - Se não posso salvar e proteger as vidas das pessoas no meu ministério, sejam professores ou empregados ou estudantes, não tem sentido minha permanência no ministério.
Ele disse que 27 funcionários tinham sido libertados.
- Por volta de 70 ou 80 ainda estão em cativeiro - disse ele.
O novo general americano a cargo da segurança em Bagdá, Joseph F. Fil Jr., negou que as fardas usadas pelos seqüestradores tenham sido fabricadas nos Estados Unidos. Os comandos do Ministério do Interior receberam uniformes dotados de marcas digitais.
Eventos do dia
Nesta quarta-feira, um carro-bomba matou pelo menos 11 pessoas e feriu 32 num estacionamento. O carro explodiu perto de um posto de gasolina em Bagdá.
Em Mosul, uma jornalista do jornal independente "Al-Massar" e seu motorista foram assassinados. Outra jornalista, do semanário "Al-Dustor", também independente, morreu assassinada a caminho do trabalho, em Baquba. Pelo menos 91 jornalistas morreram desde a invasão de março de 2003.
Três soldados e um fuzileiro americanos morreram durante combate em Anbar, elevando para 38 o número de militares dos Estados Unidos mortos em novembro.
Em Kirkuk, um policial foi morto a tiros. Em Diyala, o irmão de um secretário do governador foi assassinado na casa do irmão.