Senadores brasileiros e mulheres de opositores venezuelanos presos| Foto: Twitter de Maria Corina Machado

Depois de conversar com os senadores que estão na Venezuela, o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrou da presidente Dilma Rousseff e do governo brasileiro uma “reação altiva” ao que classificou como manifestações “medievais”. Ao ler uma nota como presidente do Congresso, Renan disse que “abomina” tais reações e que a democracia não convive com isso. Renan já conversou com o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e telefonaria, em seguida, para a presidente Dilma.

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Ele disse vai informar à presidente Dilma dos relatos e do fato de que os senadores estão apreensivos. “Vou telefonar à Presidente e vou cobrar uma reação altiva do governo brasileiro contra os fatos narrados pelos senadores. Queria cobrar publicamente uma reação altiva. Qualquer agressão à nossa delegação é uma agressão ao Legislativo. Falei com o Itamaraty, como o ministro Mauro Vieira e publicando uma nota cobrando uma reação altiva “, disse Renan, depois de ler a nota.

Renan deixou claro que não gostou das explicações do Itamaraty. “O ministro disse que há informações de que estava havendo a transferência de um preso político, mas nada disso importa muito. O que importa muito é o clima de tensão, de intimidação, de ofensa e de agressão. A democracia hoje não tem mais como conviver com essas coisas medievais”, disse Renan. Em seguida, Renan leu a nota no Plenário do Senado.

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“O presidente do Congresso recebeu relatos apreensivos da delegação de senadores brasileiros enviados à Venezuela, através dos senadores Cassio, Aloysio, Caiado e Aécio. Há relatos de cerco à delegação brasileira, hostilidades, intimidações, ofensas e apedrejamento do veículo onde estão os senadores brasileiros.

O presidente do Congresso repudia e abomina os acontecimentos narrados e vai cobrar uma reação altiva do governo brasileiro quanto aos gestos de intolerância narrados. As democracias brasileiras não admitem conviver com manifestações incivilizadas e medievais. Eles precisam ser combatidos ser combatidos energicamente para que não se reproduzam”.

Entre possíveis motivos para o engarrafamento nas redondezas do aeroporto de Caracas está a chegada de Jhonny Bolívar, que foi transferido da Colômbia para a Venezuela no dia de hoje, no mesmo momento em que desembarcavam os senadores brasileiros. O venezuelano foi capturado em Barranquilla, Colômbia. Ele era procurado desde março de 2014, por causa do assassinato de Adriana Urquiola.

Itamaraty

O líder do PSDB na Câmara, deputado federal Carlos Sampaio (SP), classificou como gravíssimas as agressões sofridas nesta quinta-feira em Caracas pelos senadores brasileiros em visita de solidariedade aos líderes políticos mantidos presos pelo governo Nicolás Maduro e exige manifestação de repúdio imediata e contundente por parte do Itamaraty.

De acordo com Sampaio, o veículo dos senadores foi cercado por apoiadores do regime Maduro. Os parlamentares brasileiros também foram impedidos de visitar Leopoldo Lopez, preso há mais de um ano e em greve de fome há 24 dias. O embaixador brasileiro, Rui Pereira, abandonou o grupo ainda no aeroporto.

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“A agressão aos parlamentares brasileiros é uma agressão ao Brasil e aos princípios que ensejaram a visita dos senadores a Caracas - de solidariedade, de defesa da democracia e do Estado de Direito. Tão grave quanto essas agressões seria a omissão do governo brasileiro nessa questão, sob pena de ser cúmplice desse gravíssimo ato de desrespeito aos representantes brasileiros e conivente com os atentados que lá se cometem contra a liberdade de expressão e os direitos humanos. O mínimo que se espera é uma manifestação de repúdio por parte do Itamaraty”, afirmou Sampaio.