O repórter fotográfico da Folha de S.Paulo Joel Silva, de 47 anos, foi atingido por um disparo de raspão na cabeça durante a tarde desta sexta-feira (16), no horário local, no Cairo.

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Ele fotografava protestos de islamitas ao redor da cidade quando houve um confronto entre apoiadores e opositores do presidente deposto Mohammed Mursi.

O país amanheceu em meio à tensão criada pelo massacre de ao menos 638 pessoas, na quarta-feira. Islamitas realizam ao menos 28 marchas rumo à praça de Ramsés, onde a reportagem esteve poucos instantes antes do acidente.

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Silva, tratado por médicos no hotel, está bem. Ele narra que os disparos, que ele filmou, começaram diante de um prédio da polícia embaixo de um importante viaduto do Cairo. Ele retornava após a situação na praça Ramsés tornar-se muito perigosa.

A equipe de médicos que avaliou o ferimento de Silva estabeleceu que ele não corre riscos. Há uma ferida na cabeça, já tratada pelo enfermeiro Ayman Mohsen.

A reportagem foi abordada por diversas pessoas nas ruas que tentavam cercar os jornalistas, chamando-os de espiões. O repórter Diogo Bercito havia se separado do fotógrafo minutos antes, durante o tumulto.Silva fotografou para a Folha outros conflitos armados, como a insurgência contra o ex-ditador líbio Muammar Gaddafi, em março de 2011. Ele vestia colete à prova de balas e um capacete.

"Eu não percebi, na hora", diz Silva. "Senti um baque no capacete, então alguém ao redor me avisou que tinha recebido um tiro."

O hotel em que a reportagem está hospedada está cercado pelo Exército. Há sons de disparos ao redor. Os funcionários alertam para que os hóspedes mantenham distância das janelas, por conta do risco de serem atingidos por balas perdidas.

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