O jornalista iraquiano que atirou os sapatos contra o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, teria pedido desculpas ao primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, por envergonhá-lo diante do resto do mundo, informou o gabinete do premiê na quinta-feira.
O repórter televisivo Muntazer al-Zaidi ganhou fama instantânea por chamar Bush de "cachorro" e atirar seus sapatos contra ele durante uma entrevista coletiva conjunta com Maliki. O gesto é um insulto grave no mundo árabe.
"Zaidi disse em sua carta que este ato feio não pode ser desculpado", disse Yasin Majeed, conselheiro de mídia de Maliki.
Segundo Majeed, Zaidi acrescentou: "mas eu lembro que, no verão de 2005, eu entrevistei Vossa Excelência e o senhor me disse 'venha, esta é a sua casa'. Então eu apelo aos seus sentimentos paternais para que me perdoe".
O paradeiro de Zaidi era desconhecido até quatro dias depois do incidente que o tornou um herói para aqueles que culpam o presidente norte-americano pelas dezenas de milhares de mortes no Iraque desde a invasão do país, em 2003.
A família do jornalista disse que ele teve o braço quebrado, além de vários outros ferimentos adquiridos durante a sua detenção pelas autoridades de segurança iraquianas e agentes do serviço secreto norte-americano. Ele foi arrastado do local da coletiva debatendo-se e gritando. A família dele diz que ele está em um hospital na Zona Verde, área bastante fortificada de Bagdá.
Zaidi foi levado para diante de um juiz na terça-feira e confessou "agressão contra um presidente", crime que pode levar a 15 anos de prisão, segundo autoridades judiciais. Ele pode começar a ser julgado logo depois da formalização da acusação.
A celebridade alcançada pelo jornalista responsável pelo ato no estilo "Davi versus Golias" é tanta que, segundo seu representante, mais de mil advogados se ofereceram para defendê-lo.
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