Os correspondentes da TV Globo Marcos Losekann e Paulo Pimentel foram seqüestrados durante cinco horas no Líbano e interrogados por integrantes do grupo terrorista Hezbollah, informou o Jornal Nacional na noite desta segunda-feira (18). Eles realizavam uma reportagem sobre uma lanchonete em Beirute, que vende sanduíches com nomes de armas, pratos inspirados em atos terroristas e refeições embaladas com papel camuflado, quando insurgentes do grupo apareceram e mandaram que os repórteres desligassem os equipamentos e entrassem em carros com cortinas que impediam a visão externa.
Sob a mira de armas, Losekann e Pimentel foram presos e interrogados por várias horas. O equipamento foi apreendido, assim como os telefones celulares e documentos dos dois.
- Cinco horas depois, fomos liberados com a ordem de voltar a Londres no primeiro avião. Os militantes devolveram os celulares, mas sem os cartões de memória. Da câmera de TV, eles retiraram a fita, só não perceberam que a original, com as imagens exibidas nessa reportagem, havia sido trocada por outra - disse o repórter Marcos Losekann.
O Consulado do Brasil em Beirute apresentou uma queixa formal contra os abusos sofridos pela equipe da Rede Globo. O governo libanês admitiu que, contra o Hezbollah, pouco ou nada pode fazer. O grupo terrorista também atua na política, luta contra Israel e faz oposição ao presidente.
- É como um Estado dentro de outro Estado. Tanto que a credencial de imprensa, emitida pelo Ministério das Relações Exteriores do Líbano, não vale nada para o Hezbollah.
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