A conferência internacional sobre mudanças climáticas (COP 15) precisa ser um ponto de "virada", defendeu neste domingo (6) o secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Yvo de Boer. "Nunca em 17 anos de negociações climáticas tantas nações assumiram compromissos firmes juntos. É sem precedentes", disse. A reunião começa nesta segunda-feira (7) em Copenhague.
Segundo o secretário, as partes envolvidas nas negociações devem " focar num resultado que possa levar a ações imediatas". "É urgente fazer o planejamento andar e as ações andarem".
De Boer destacou que o novo acordo internacional sobre mudanças climáticas deve representar um avanço em relação ao Protocolo de Kyoto, "que inclua os EUA e que engaje os países em desenvolvimento".
Pelo acordo climático vigente ao qual os EUA não aderiram os países em desenvolvimento não têm metas de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.
De Boer se mostrou animado com a decisão do presidente americano Barack Obama em vir a Copenhague somente na próxima semana, e não nesta quarta-feira, como havia sido anunciado. A expectativa é de que Obama esteja na Dinamarca para o encerramento da conferência, num momento em que as decisões mais importantes devem ser tomadas.
"Obama disse desde o início que, se tiver a impressão de que as pessoas estão negociando aqui com boa-fé, ele quer ser parte das negociações", apontou De Boer.
O secretário-executivo não espera que as discordâncias entre as 193 delegações de países levem a que alguma parte abandone as negociações. "O que faz este processo complexo e satisfatório é que no fim do dia precisamos sair com um acordo com que todos concordem", apontou.
Vazamento de e-mails
Perguntado sobre se acredita que o vazamento de e-mails trocados por pesquisadores da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha, e de outras instituições, afeta a credibilidade do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, sigla em inglês), o secretário-executivo apontou que ele se baseia em informações científicas produzidas por milhares de cientistas e que as checam entre si.
"Não acredito que haja qualquer processo que não seja sério e transparente [no IPCC]", disse. O assunto ainda será abordado pelo IPCC quando a COP 15 começar, concluiu.
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