Sobreviventes relatam momentos de caos
"Vivemos momentos de caos total. Ninguém da tripulação sabia dizer o que devíamos fazer. O navio começou a inclinar e todo mundo foi jogado uns por cima dos outros. Muita gente ficou machucada", contou uma família italiana a bordo do "Costa Concordia" que na sexta-feira à noite encalhou em frente à ilha de Giglio.
As equipes de resgate provocaram explosões controladas nesta terça-feira para entrar no navio de cruzeiro italiano acidentado na costa da Itália, numa busca desesperada por sobreviventes num momento em que as autoridades elevavam para 29 o número de pessoas desaparecidas no acidente.
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As duas explosões foram realizadas logo cedo para permitir que mergulhadores e bombeiros entrassem em partes da embarcação às quais ainda não tinham tido acesso.
Os proprietários do Costa Concordia atribuíram a culpa ao comandante do navio, que na noite de sexta-feira teria se aproximado demais da ilha de Giglio, na costa oeste italiana, para "saudar" a população local.
A embarcação de 114,5 mil toneladas deslizou na segunda-feira um pouco sobre as pedras, ameaçando jogar toda a sua gigantesca carcaça e 2.300 toneladas de combustível para o fundo do mar, numa região que é uma reserva ecológica.
O navio está virado de lado, com um grande rombo aparente acima da linha da água.
O jornal La Stampa informou em seu site que as equipes de resgate encontraram no início desta terça-feira mais um corpo entre os destroços do cruzeiro de luxo Costa Concordia, que se acidentou na sexta-feira. Mas a informação foi desmentida pelas autoridades italianas.
O acidente tornou-se também uma potencial tragédia ambiental, já que o mar mais agitado atinge o navio e gera temores de que combustível possa vazar na área. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
Risco ao Meio Ambiente
O ministro do Meio Ambiente da Itália, Corrado Clini, disse nesta segunda-feira que pode declarar situação de emergência à medida que começou um vazamento de material líquido do navio de cruzeiro Costa Concordia, que encalhou e tombou na costa oeste do país com 2,3 mil toneladas de combustível.
Os tanques de combustível do navio estavam cheios quando o navio naufragou na sexta-feira. Ele havia acabado de deixar o porto de Civitavecchia, ao norte de Roma, para um cruzeiro de uma semana pelo Mediterrâneo.
Clini disse que ainda não é possível confirmar se o vazamento é de combustível, mas adiantou que barreiras de proteção já estavam sendo instaladas ao redor da embarcação.
"O monitoramento continua tomando decisões com o objetivo de evitar os riscos ambientais", disse Clini em entrevista coletiva.
A área onde o navio naufragou, perto da ilha de Giglio, é um parque marinho conhecido por suas águas cristalinas e pela diversidade da vida marinha e dos corais. Ela também é mundialmente reconhecida como um excelente local para mergulho.
"O risco ambiental na ilha de Giglio é muito, muito alto", acrescentou o ministro. "O objetivo é evitar o vazamento de combustível do navio. Estamos trabalhando para evitar isso. É urgente e o tempo está se esgotando."
A embarcação de 290 metros de comprimento permanece sobre um banco de rochas submarinas com entre 15 e 20 metros de água. As equipes de resgate, porém, temem que ela deslize e caia de forma abrupta em águas muito mais profundas.
O navio deslocou-se no rochedo com a piora das condições meteorológicas nesta segunda-feira. Após uma breve suspensão, porém, os esforços de resgate foram retomados.
"Estamos agora na fase emergencial de tentar evitar a poluição", disse o presidente e CEO da Costa Cruzeiros, proprietária do navio, Pier Luigi Foschique. Ele afirmou que o desastre ocorreu por "erro humano" do capitão.