O conservador Nicolas Sarkozy venceu a eleição presidencial da França neste domingo, derrotando a sua rival socialista Ségolène Royal por 53,06 por cento a 46,94 por cento, segundo dados oficiais finais.

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Poucos minutos depois do fechamento das urnas, Royal já havia admitido a derrota em discurso a partidários, no Centro de Paris.

"O sufrágio universal falou. Os meus melhores votos ao próximo presidente da República, para que ele consiga realizar a sua missão a serviço de todos os franceses", disse ela.

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Logo após a divulgação da vitória de Sarkozy jovens entraram em conflito com a polícia na praça da Bastilha, levando as forças de segurança a lançarem gás lacrimogêneo contra o protesto.

Previsões feitas por quatro institutos de pesquisas já mostravam Sarkozy, de 52 anos e ex-ministro de Interior de linha dura, com cerca de 53 por cento dos votos no segundo turno da eleição, tornando-se o sucessor do também conservador Jacques Chirac, que foi presidente por 12 anos.

O comparecimento às urnas foi de cerca de 85 por cento, o mais alto desde 1981.

O rosto de Sarkozy apareceu muitas vezes nas telas de TV depois do fechamento das urnas, às 20h (15h em Brasília), fazendo o sinal da vitória e comemorando com partidários reunidos no centro de Paris. Um enxame de cinegrafistas em motos seguiu o seu carro quando ele atravessou a cidade no final da tarde, para falar a seus partidários.

Do outro lado da cidade, na sede do partido Socialista, o clima era de tristeza, depois da terceira derrota consecutiva na disputa pela presidência. Pesos pesados do partido imediatamente defenderam reformas internas de forma a se tornar mais atraente para os eleitores.

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Apesar de as pesquisas de intenção de votos terem sugerido regularmente que os eleitores preferiam Royal, que tentava se tornar a primeira chefe de Estado mulher da França, aparentemente eles viram em Sarkozy, pouco inclinado a fazer concessões, um líder mais competente e com um programa econômico mais convincente.

Sarkozy, filho de um imigrante húngaro, se apresentou como o "candidato do trabalho," prometendo relaxar a semana de trabalho de 35 horas, oferecendo incentivos fiscais para as horas extras, cortar a gordura do serviço público, reduzir impostos e combater o desemprego.

A posse

Ele deve ser empossado em 16 ou 17 de maio e será o primeiro presidente francês nascido depois da Segunda Guerra Mundial.

Sarkosy então nomeará um novo governo e se lançará imediatamente na campanha para a eleição parlamentar de junho, na tentativa de obter uma maioria clara para implantar seus planos de reforma.

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O presidente eleito para um mandato de cinco anos, é comandante supremo das Forças Armadas, nomeia o primeiro-ministro, tem o direito de dissolver a Assembléia Nacional e é responsável pela política externa e de devesa.

Royal iniciou o ano como candidata favorita, mas uma série de gafes em política externa deixou dúvidas sobre a sua competência. Profundas divergências ideológicas no partido dela indicavam que ela nunca teria o apoio unificado dos socialistas.

"Precisamos nos renovar. É uma condição para reconquistar a esperança e estou disponível para tanto", disse Dominique Strauss-Kahn, ex-primeiro-ministro socialista, apresentando-se como futuro líder do partido vencido.

Os socialistas retrataram Sarkozy como um perigo para a França, acusando-o de autoritário e que provavelmente exacerbaria as tenções nos subúrbios pobres e multirracianis que cercam muitas cidades francesas.

Eles também o acusaram de alimentar os distúrbios dos subúrbios em 2005, ao prometer livrar essas áreas do que chamou de "escória" responsável pelos problemas. Milhares de policiais foram convocados para patrulhar subúrbios onde a situação é considerada delicada neste domingo.

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Mas, ao apoiar Sarkozy, os eleitores mostraram que querem um líder forte para resolver os muitos problemas da França, como a alta taxa de desemprego, de pelo menos 8,3 por cento, a queda no padrão de vida, a insegurança no emprego e o declínio do poder industrial.

Ele prometeu uma ruptura com as políticas de Chirac, que já foi seu mentor político, e diz que reduzirá o poder dos sindicatos e fará com que as sentenças dos criminosos sejam mais duras.

Em política externa, Sarkozy é mais pró-americano que Chirac, mas ele deixou claro que é contra a guerra do Iraque e será difícil que se alie demais com Washington devido ao sentimento anti-EUA na França.

Ele disse que um dos seus primeiros atos como presidente seria visitar Berlim e depois Bruxelas, de forma a dar início a um projeto de um mini-tratado que substitua a constituição da União Européia rejeitada pelos eleitores franceses no referendo de 2005.

Depois de meses de uma campanha exaustiva, ele também sinalizou que vai descansar na próxima semana e depois voltar para Paris para trabalhar na formação do seu novo governo. O ex-ministro do Trabalho François Fillon deve se tornar o primeiro-ministro, segundo a expectativa geral.

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