Libaneses são contra premier indicado pelo xiita Hezbollah
Centenas de pessoas queimaram pneus e bloquearam ruas em várias cidades do Líbano em protesto contra as manobras políticas que permitiram ao grupo xiita Hezbollah nomear o futuro premier do país, o deputado e empresário Najib Mikati.
Nome da discórdia
Najib Mikati é formado em Harvard e tem fortuna estimada em US$ 2,5 bilhões, mas isso não foi suficiente para convencer os opositores do Hezbollah, que o apontou como premier.
- Najib Mikati é sunita, como determina a política libanesa. O sistema libanês divide o poder entre cristãos, sunitas, xiitas e comunidades drusas - o que leva a rivalidades sem fim e um governo sempre baseado em acordos políticos.
- Outro motivo para a escolha de seu nome é o fato de Mikati ter boas relações com o premier temporário Saad Hariri.
- Nascido em 1956 em Trípoli, cursou a Universidade Americana de Beirute e fez MBA em Harvard.
- Está na política desde 1992, quando foi eleito deputado. Foi também ministro em diversos governos.
- Como empresário, entrou no ramo de comunicações por satélite, e teve a concessão de uma das companhias de telefonia celular do Líbano até o ano passado.
- Em abril de 2005, foi encarregado pelo então presidente do Líbano Émile Lahoud de formar um governo, em crise desde o assassinato do primeiro-ministro Rafik Hariri. Governou por poucos meses até a realização de eleições e posse do novo executivo.
Multidões inspiradas pela revolução em andamento na Tunísia tomaram ontem as ruas das principais cidades do Egito para exigir a saída do ditador Hosni Mubarak, numa onda de protestos que deixou três mortos.
As manifestações, qualificadas por testemunhas locais como as maiores desde que Mubarak assumiu o poder, há 30 anos, ocorrem após uma onda de autoimolações semelhantes à que desencadeou o levante contra o ditador tunisiano Zine Al-Abidine Ben Ali.
Ben Ali, cujo regime secular era tido como um dos mais estáveis da região, foi varrido do poder no último dia 14 por protestos que inspiraram populações de muitos países árabes, quase todos governados por regimes repressores e incompetentes apoiados pelo Ocidente.
Atendendo a uma convocação feita em grande parte por mídias sociais, como Facebook e Twitter, dezenas de milhares de egípcios desafiaram a proibição de se manifestar imposta por Mubarak desde que chegou ao poder.
Segundo o canal de tevê árabe Al-Jazira, do Catar, 30 mil pessoas atenderam aos protestos na capital, Cairo, e em Suez e Alexandria, apesar de o governo ter cortado a rede de celulares e bloqueado o Twitter.
"Abaixo Hosni Mubarak", gritaram os manifestantes em frente de um complexo judicial no centro do Cairo, que ficou cercado por policiais.
Também houve gritos de "Gamal, avise o seu pai que os egípcios o odeiam", numa referência ao filho de Mubarak, que está sendo preparado para suceder o pai, doente e com 82 anos de idade.
Os protestos começaram de forma pacífica, mas a situação degenerou depois que policiais utilizaram canhões de água, gás lacrimogêneo e golpes de cassetete para conter o levante.
Manifestantes revidaram jogando pedras e garrafas nos policiais e até mesmo invadindo veículos usados pelas forças de segurança.
No Cairo, um policial morreu após ser atingido por uma pedrada na cabeça. Em Suez, a leste da capital, um manifestante que tinha problemas respiratórios morreu após inalar gás lacrimogêneo e outro em circunstâncias não esclarecidas.
Informações sobre as mortes foram transmitidas a agências de notícias por fontes policiais que não quiseram se identificar.
Há relatos de policiais que abandonaram a missão de conter os protestos e se juntaram aos manifestantes.
Os acontecimentos tiveram ainda mais força simbólica por aconteceram durante um feriado nacional que homenageia as forças de segurança, temidas e onipresentes na vida do país.
O pano de fundo para os protestos egípcios é formado por repressão, o desemprego, a pobreza crescente e corrupção endêmica, os mesmos enfrentados na Tunísia, onde ontem milhares de manifestantes voltaram a protestar em frente do Palácio do Governo, exigindo a saída de todos os ministros do regime do ditador deposto Zine Al-Abidine Ben Ali.
Cerca de 11 mil manifestantes das regiões sulinas de Kebili e Tataouine chegaram à capital, desafiando um toque de recolher, e se juntaram a outros que passaram a noite em frente à sede do Executivo.
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