Apesar da crise financeira global, a riqueza pessoal acumulada no mundo cresceu 5 por cento em 2007 e atingiu 109,5 trilhões de dólares, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira (4) pelo Boston Consulting Group.
Foi o sexto ano consecutivo de expansão. O maior crescimento do último ano se deveu a cidadãos de países como China e do golfo Pérsico, e também às famílias que já eram ricas.
A concentração de riquezas, segundo esse estudo, é cada vez maior. Os lares que compõem os 1 por cento mais ricos detinham 35 por cento da riqueza mundial em 2007. E os ultra-ricos - os 0,001 por cento do topo, com patrimônio familiar superior a 5 milhões de dólares - possuem juntos 21 trilhões de dólares, ou um quinto da riqueza do planeta.
E novos milionários continuam surgindo rapidamente, especialmente em países emergentes da Ásia e da América Latina. No geral, o número de famílias milionárias cresceu 11 por cento no ano passado, chegando a 10,7 milhões no mundo.
O Boston Consulting nota que, embora os ricos continuem ricos, tiveram de fazer ajustes devido à crise financeira. Passaram neste ano seu dinheiro para aplicações mais conservadoras e nos seus próprios países, e alguns indivíduos cancelaram novos investimentos.
Na América do Norte, a crise da habitação e do crédito teve um impacto sobre a riqueza pessoal, cujo crescimento foi de 3,8 por cento - bem abaixo dos 9 por cento de 2006.
"A crise financeira continua lançando um espectro sobre os mercados ricos estabelecidos", disse Victor Aerni, co-autor do estudo. Para este ano, a expectativa do Boston Consulting é que o patrimônio cresça menos de 1 por cento.
Mas as coisas podem melhorar ao longo de cinco anos, segundo o estudo, com um crescimento da riqueza pessoal superior a 3 por cento ao ano - ainda aquém da média de 8,5 por cento entre 2002 e 2007.
Nos mercados emergentes de Ásia/Pacífico e América Latina, a riqueza teve um crescimento de 14 por cento, alimentada principalmente pelo crescimento industrial da Ásia e pelo preço das commodities, que beneficia Oriente Médio e América Latina. A estabilidade político-econômica dessas regiões também contribuiu.
O Boston Group disse que bancos, corretoras de valores e administradores de fortunas não terão escolha senão ampliar sua presença nesses mercados. A consultoria diz que Dubai e Cingapura estão se tornando centros bancários regionais capazes de concorrer com outros mais tradicionais, como a Suíça.
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