O presidente iraniano, Hassan Rouhani, encorajou os líderes mundiais a "aproveitarem a oportunidade" ocasionada por sua eleição para se empenharem em um diálogo construtivo com o Irã, e disse que o país está pronto para facilitar as negociações entre o governo sírio e a oposição.
Em um artigo de opinião publicado no jornal Washington Post na quinta-feira, antes da Assembleia-Geral da ONU a ser realizada na próxima semana, o clérigo de centro disse que as nações precisam buscar resultados em que todos saiam vencedores, ao invés de usar a "força bruta" para combater o terrorismo, extremismo, crimes cibernéticos e outros desafios.
"A era dos feudos já passou", escreveu. "É esperado dos líderes mundiais que liderem a transformação de ameaças em oportunidades".
O artigo parece ser a mais recente sinalização de Rouhani de que planeja buscar um abrandamento das relações com os Estados Unidos e outras nações ocidentais, que impuseram sanções econômicas prejudiciais à economia iraniana por acreditarem que o país desenvolve armas nucleares.
Rouhani disse nesta semana em uma entrevista a uma rede TV dos EUA que o seu país nunca desenvolveria armas nucleares. No Washington Post, ele fez referência ao "programa pacífico de energia nuclear" do Irã, e não fez nenhuma menção sobre uma desistência do programa.
"Para nós, dominar o ciclo do combustível nuclear e gerar energia nuclear se deve tanto à diversificação de nossas fontes de energia quanto a como os iranianos se veem como nação, nossas demandas por dignidade e respeito e nosso consequente lugar no mundo", escreveu.
Considerando a mudança de tom do Irã desde a eleição do clérigo em junho, a Casa Branca disse na quinta-feira que o presidente Barack Obama deve reunir-se com Rouhani em Nova York na próxima semana.
"Uma mentalidade de soma-zero como na guerra fria leva ao prejuízo de todos", escreveu Rouhani no Post. "Tristemente, o unilateralismo com frequência continua a eclipsar abordagens construtivas. A segurança é perseguida ao custo da insegurança dos outros, com desastrosas consequências."
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