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Rússia condena cineasta ucraniano a 20 anos de prisão por alegações de terrorismo

Oleg Sentsov foi preso por forças russas acusado de terrorismo; Ucrânia diz que prisão teve motivação política | STRINGER/RUSSIA/REUTERS
Oleg Sentsov foi preso por forças russas acusado de terrorismo; Ucrânia diz que prisão teve motivação política (Foto: STRINGER/RUSSIA/REUTERS)

Uma corte russa condenou a 20 anos de prisão o cineasta ucraniano Oleg Sentsov, acusado de planejar atentados terroristas na Crimeia. Preso em maio de 2014 após protestos contra a anexação da península pela Rússia, o diretor de 39 anos nega as alegações, e desde então já ganhou o apoio de colegas como Pedro Almodóvar, Mike Leigh e Stephen Daldry.

Junto a Sentsov, foi condenado outro ativista que fora preso com ele: Alexander Kolchenko, que pegou dez anos — ambos sendo incriminados por outros suspeitos que foram condenados. Quando as sentenças foram anunciadas, eles cantaram o hino ucraniano em protesto na corte, em Rostov.

Sentsov, que ficou conhecido pelo longa “Gámer” (2011), foi acusado pela Rússia de organizar um grupo terrorista e planejar a destruição de um monumento a Lênin na Crimeia, além de conspirar para incendiar sedes de organizações políticas pró-russas na região.

Em sua defesa, ele negou as acusações, e disse ainda ter sido torturado. A corte se negou a abrir uma investigação sobre possíveis abusos contra o diretor.

A Ucrânia reagiu à condenação, afirmando que ele é um prisioneiro político. Uma manifestação em Kiev reuniu simpatizantes do diretor e críticos da Rússia.

“Aguente firme, Oleg. O tempo passará, e quem organizou este julgamento falso se sairá mal”, escreveu o presidente Petro Poroshenko.

Os EUA classificam a dupla como refém da Rússia. Vários cineastas europeus de ponta já assinaram uma petição pedindo a libertação de Sentsov, assim como diretores dissidentes russos.

A Rússia mantém dureza na retórica antieuropeia, e constantemente acusa apoiadores da Ucrânia de terrorismo durante o confronto separatista no Leste do país vizinho. Uma delas é a piloto Nadezhda Savchenko, que a Rússia afirma ter prendido pela morte de cidadãos na guerra.

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