Ataques russos persistem na Geórgia, tanques se dirigem ao sul do país

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O ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse nesta quarta-feira (13) que os Estados Unidos precisam escolher entre a parceria com Moscou e a parceria com a liderança da Geórgia, que ele descreveu como um "projeto virtual".

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A declaração foi feita depois de discurso de George W. Bush na Casa Branca, em que o presidente dos EUA declarou apoio à Geórgia e pediu que a Rússia encerre as ações militares naquele país.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, exigiu que a Rússia interrompa "imediatamente" suas operações militares na Geórgia.

Ela afirmou que, se a Rússia violou de fato a trégua, como parecem mostrar os fatos, o país vai enfrentar um "isolamento maior". A secretária vai a Tbilisi, a pedido de Bush, para expressar o apoio americano à Geórgia e ajudar a negociar um acordo.

Rice também pediu a Moscou que respeite a operação humanitária lançada pelos Estados Unidos. Cessar-fogo desrespeitado

Os confrontos entre tropas russas e georgianas e as movimentações militares continuaram nesta quarta-feira, segundo relatos dos dois lados, a despeito de os dois países terem aceitado no dia anterior os termos de um cessar-fogo proposto pelo presidente da França e da União Européia, Nicolas Sarkozy. Ao mesmo tempo, os dois países seguem travando uma guerra de versões, com informações desencontradas e troca de acusações.

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Mais cedo, a Rússia havia anunciado que suas forças derrubaram três avões espiões da Geórgia sobre Tskhinvali, capital da região separatista da Ossétia do Sul, o que indicava que a Geórgia continuava atacando a área.

O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, disse que os russos estavam tentando cercar a capital georgiana, Tbilisi. Um fotógrafo da France Presse viu tropas russas movimentando-se a 10 quilômetros da capital. O governo russo negou. Mais tarde, a subsecretária georgiana do Interior, Ekaterine Zguladze, também desmentiu a informação.

Antes, Saakashvili havia dito que que tanques russos abriram fogo contra moradores e prédios da cidade de Gori. Muitos jornalistas também comprovaram a presença de forças russas próximo a Gori. O secretário do Conselho de Segurança da Geórgia, Alexandre Lomaya, denunciou que lojas e casas estavam sendo saqueadas na cidade.

A Rússia negou que tenha tropas em Gori, cidade praticamente deserta, destruída pelos combates dos últimos dias e que tem sido alvo de saqueadores. "Nenhum soldado das tropas russas de paz foi mandado a Gori", disse um porta-voz do ministério russo de Relações Exteriores.

Os Estados Unidos disseram ter informações confiáveis de que a violência continua na região da Ossétia do Sul e pediu à Rússia que impeça "forças irregulares" de atacar civis.

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"Temos informação confiável de que vilas estão sendo queimadas, com tiroteios e mortes", disse Matthew Bryza, enviado americano à região. Ele pediu à Rússia que se certifique de que suas forças não estão tendo atitudes violentas e que estão fazendo o possível para impedir as forças irregulares de cometer violências contra a população pacífica.

Os ministros de Relações Exteriores dos países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) vão fazer uma reunião emergencial para tratar da situação na Geórgia, segundo um porta-voz. A reunião deve ocorrer em Bruxelas na próxima terça.

Também em Bruxelas, a União Européia deu apoio ao envio de monitores de paz para a Ossétia do Sul a fim de supervisionar um cessar-fogo mediado pela França. O bloco também acertou intensificar o envio de ajuda humanitária.

"Estamos determinados a entrar em ação naquela área", disse o ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, depois de participar de um encontro de emergência convocado para debater os esforços de mediação.

A proposta européia de cessar-fogo para a região foi acertada na noite de terça-feira, primeiro em um encontro dos presidentes da França e da Rússia, depois em um encontro entre Sarkozy e o presidente georgiano.

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A proposta prevê que Rússia e Geórgia renunciem ao uso da força, encerrem todas as ações militares, permitam o livre acesso da ajuda humanitária no país e que as forças armadas da Geórgia retornem a suas posições anteriores ao início do conflito. A discussão sobre o status da Ossétia do Sul, inicialmente incluída, acabou ficando de fora por exigência da Geórgia.