A Rússia não está discutindo planos para uma transformação política na Síria que aconteceria após uma eventual saída do presidente Bashar al Assad, disse o chanceler russo, Sergei Lavrov, nesta sexta-feira, enfatizando a oposição de Moscou a qualquer interferência externa no conflito sírio.

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Rússia e China, que são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU com poder de veto, já bloquearam tentativas de potências do Ocidente de condenar Assad e pedir sua renúncia durante os 15 meses de protestos contra o governo, que se tornaram numa revolta armada.

Nações ocidentais querem que a Rússia abandone seu apoio a Assad e têm realizado discussões diplomáticas seguidas com autoridades russas nas últimas semanas, enquanto a violência --principalmente por parte das forças do governo, segundo a ONU-- impede a aplicação com sucesso de um plano de paz do enviado internacional Kofi Annan.

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Numa entrevista coletiva após receber seu colega iraquiano, Lavrov disse que viu reportagens na imprensa indicando que a Rússia e os Estados Unidos estariam discutindo "uma transformação política na Síria após a saída de Bashar al Assad."

"Se isso foi mesmo dito, não é verdade", disse Lavrov. "Essas discussões não estão sendo realizadas e não podem ser realizadas, porque decidir pelo povo sírio contradiz nossa posição completamente", disse ele.

"Não nos envolvemos em derrubar regimes -- nem através da aprovação de ações unilaterais pelo Conselho de Segurança da ONU nem pela participação em qualquer golpe político", disse Lavrov.

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