O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, acusou nesta segunda-feira (26) os países ocidentais de não terem provas para confirmar a denúncia dos rebeldes sírios de que houve um ataque químico que matou centenas na periferia de Damasco na semana passada.
Ativistas da oposição dizem que o regime de Bashar al-Assad é o responsável pela ação que, segundo eles, deixou cerca de 1.300 mortos. Já a organização Médicos Sem Fronteiras afirma que 3.600 pessoas foram internadas com intoxicação em hospitais da região, e 355 morreram.
Para Lavrov, Reino Unido, França e Estados Unidos querem usar a acusação como pretexto para fazerem uma intervenção militar no país árabe sem autorização da ONU. "Até agora eles não puderam apresentar essas provas, mas dizem que a linha vermelha foi ultrapassada e não podem perder mais tempo."
O chanceler russo acusou os opositores sírios de manipularem as informações sobre o ataque para cancelar uma conferência de paz sobre a Síria, que era negociada há quatro meses. No entanto, as exigências do regime sírio e a incapacidade dos rebeldes de nomear uma liderança protelaram o encontro.
Sobre uma provável intervenção militar na Síria, considera que é "uma grave violação do direito internacional e um caminho muito perigoso e escorregadio". Lavrov ainda disse que os países ocidentais devem "evitar erros passados", em referência à guerra no Iraque, e descartou qualquer envolvimento em uma ação militar.
EUA
Mais cedo, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, disse que Washington só tomará medidas sobre a Síria em conjunto com a comunidade internacional e dentro de um "quadro de legalidade". Em viagem à Indonésia, ele não comentou sobre as opções militares que são consideradas pela Casa Branca.
No entanto, um dos integrantes da comitiva de Hagel afirmou à agência de notícias AFP que os Estados Unidos estão mais convencido de que o regime de Bashar al-Assad está por trás do ataque químico na periferia de Damasco e possuem fortes indícios de envolvimento do governo do país árabe.
Nesta segunda, os inspetores da ONU fizeram uma incursão a Mouadimiya, um dos bairros que teriam sido atingidos pelo ataque químico. No caminho, o comboio internacional foi atingido por disparos de homens armados, mas ninguém ficou ferido. O regime sírio acusou os rebeldes de terem feito o ataque.
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