Síria culpa "terroristas" por disparos contra inspetores da ONU
Reuters
A Síria culpou as forças rebeldes pelo ataque contra uma equipe da ONU que estava a caminho do local de um suposto ataque com armas químicas, disse a televisão estatal nesta segunda-feira, após a entidade ter informado que os inspetores foram alvo de disparos feitos por atiradores não identificados.
Uma fonte do Ministério da Informação disse que os especialistas internacionais foram alvejados por "terroristas", um termo normalmente usado pelo governo para descrever os rebeldes que tentam derrubar o presidente Bashar al-Assad, segundo a tevê Síria.
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A equipe de analistas da ONU chegou nesta segunda-feira (26) à cidade de Moadameya, na região de Damasco, para investigar o suposto ataque com armas químicas na quarta-feira passada, informou um ativista local.
O porta-voz do centro de imprensa de Moadameya, Wasim al Ahmed, que acompanhou os investigadores, explicou que a missão da ONU já visitou alguns dos locais bombardeados e coletou amostras.
Ahmed assinalou que os analistas se encontraram também com feridos no ataque e coletaram amostras de sangue e de pelos.
Vários vídeos postados na internet pelos grupos opositores mostram a equipe da ONU falando com moradores e médicos em Muadamiya.
Os investigadores conseguiram entrar em Muadamiya, que está nas mãos da oposição, após cinco tentativas frustradas e um ataque contra seu comboio, segundo o porta-voz do centro de imprensa.
A ONU denunciou em comunicado o ataque de franco-atiradores contra um dos veículos, que ficou inutilizado pelos disparos, o que obrigou a equipe a esperar para substituí-lo.
O governo sírio culpou "grupos terroristas armados", como costuma chamar os rebeldes, enquanto alguns grupos de ativistas acusaram as forças do regime de serem os autores dos disparos.
A equipe, liderada pelo sueco Ake Sellström, já analisa se foram utilizadas armas químicas em três diferentes situações na Síria, embora a ONU tenha recebido até 14 relatórios de seu possível uso.
A Síria nega ter usado armas químicas e ontem autorizou a visita dos especialistas à região da periferia de Damasco, suposto alvo do ataque.
A Coalizão Nacional Síria (CNFROS, principal aliança opositora) denunciou que pelo menos 1.300 pessoas morreram no ataque, do qual culpou o regime.
Por sua vez, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) confirmou a morte de 355 pessoas com sintomas neurotóxicos na periferia sul de Damasco.
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