A Rússia e a China manifestaram nesta quarta-feira (17) séria preocupação com a tensão na Península Coreana e conclamaram a Coreia do Norte a retornar às negociações multilaterais sobre seu programa nuclear.
Os presidentes da China, Hu Jintao, e da Rússia, Dmitry Medvedev, defenderam a retomada das conversações e nota divulgada depois de uma reunião entre ambos ocorrida nesta quarta em Moscou.
Os dois líderes pediram o retorno da Coreia do Norte à mesa de negociações o mais rápido possível.
O breve comunicado não mencionava nenhuma nova iniciativa e sua linguagem parecia ter como objetivo evitar causar irritação ao governo norte-coreano.
Esse foi um apelo incomum, de duas potências que têm poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas e fronteiras comuns com a Coreia do Norte.
As negociações multilaterais, paralisadas há meses, envolviam China, Estados Unidos, Japão e Rússia, além das Coreias do Norte e do Sul.
A situação agravou-se há algumas semanas, quando a Coreia do Norte promoveu seu segundo teste nuclear.
Retaliação
A Coreia do Norte advertiu, nesta quarta-feira, sobre uma retaliação "multiplicada por mil", caso os Estados Unidos e seus aliados provoquem o país. O anúncio, feito através da mídia estatal, ocorreu horas depois de o presidente norte-americano, Barack Obama, afirmar que o país é uma "ameaça grave" ao mundo e pedir um reforço nas sanções ao regime comunista.
Novos testes
Reportagens de meios japoneses e sul-coreanos afirmam que Pyongyang prepara um local adicional para testes de mísseis de longo alcance que, segundo especialistas, poderiam atingir os EUA. Na terça-feira, o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, e Obama se encontraram em Washington. Os dois líderes concordaram em buscar uma "aliança estratégica" para persuadir a Coreia do Norte a desmantelar todas suas armas nucleares.
Pyongyang afirma que suas bombas nucleares são uma forma de evitar ataques dos EUA e acusam o país de tramar com Seul a derrubada do regime norte-coreano. "Caso os EUA e seus seguidores infringirem a soberania de nossa república um pouco que seja, nossos militares e o povo lançarão uma retaliação cem ou mesmo mil vezes maior, com um ataque militar impiedoso", afirmou em um comentário o jornal estatal Minju Joson. O texto chamava ainda Obama de "hipócrita", por pregar por um mundo sem armas nucleares, enquanto seu país continua desenvolvendo essa tecnologia. "O programa nuclear não é um monopólio dos EUA."
Nesta quarta-feira, o jornal sul-coreano Dong-a Ilbo divulgou que Pyongyang começou a retirar dinheiro de suas contas bancárias no território chinês de Macau, por temer que esses ativos possam ser congelados por sanções da ONU.
Já o diário japonês Sankei afirma em sua edição desta quarta-feira que Pyongyang dá sinais de que prepara dois locais - Dongchang-ni, na costa noroeste, e Musudan-ni, na costa norte - para possíveis lançamentos de longo alcance. O jornal sul-coreano Chosun Ilbo divulgou informação similar, citando um funcionário que pediu anonimato. Já segundo a agência sul-coreana Yonhap, há um cargueiro vazio partindo para esses dois lugares, o que seria uma forma de confundir as agências de inteligência internacionais.
Em Moscou, a Interfax divulgou declaração do vice-ministro da Defesa, Viktor Popovkin, afirmando que, caso um míssil norte-coreano siga em direção à Rússia, "nós veremos e o abateremos".
Alguns analistas acreditam que a retórica de Pyongyang busca convencer o público interno sobre a força do país. Com isso, haveria mais respaldo para o provável sucessor do atual líder King Jong-il, o filho dele Kim Jong Un.
"A Rússia e a China estão prontas a promover a redução das tensões no nordeste da Ásia e pedem pela continuação dos esforços por todas as partes para resolver os desacordos de uma maneira pacífica, com o diálogo e as consultas", disse um comunicado conjunto, em Moscou, do presidente russo Dmitry Medvedev e do presidente da China, Hu Jintao. Os dois tiveram uma reunião nesta quarta-feira, onde aparentemente a situação da Península Coreana foi discutida. As informações são da Associated Press.
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