Os Estados Unidos ofereceram ajuda nesta quarta-feira ao novo governo do Quirguistão, e a Rússia prometeu 50 milhões de dólares ao país, aumentando a pressão para que o presidente deposto Kurmanbek Bakiyev formalize sua renúncia.
A crise no Quirguistão levou à suspensão dos voos numa base aérea do país que é alugada pelos EUA como parte do seu esforço de guerra no Afeganistão, além de expor como rivalidades políticas globais se refletem nesse país pobre da Ásia Central, uma ex-república soviética.
No mesmo dia em que Moscou e Washington reforçavam seu apoio à presidente interina Roza Otunbayeva, Bakiyev sugeria pela primeira vez que pode partir para o exílio.
O secretário-assistente de Estado Robert Blake, mais graduado funcionário dos EUA a visitar Bíshkek desde a rebelião popular do dia 7, se disse otimista com as primeiras medidas de Otunbayeva, e garantiu que "os Estados Unidos estão preparados para ajudar", embora ainda não tenham reconhecido oficialmente o novo governo.
Horas depois, a Rússia aprovou 50 milhões de dólares em doações e empréstimos ao Quirguistão. A quantia é apenas um terço do solicitado, mas Moscou disse que o valor ainda pode subir.
"O governo provisório diz que seus cofres estão vazios, e que a velha liderança roubou o dinheiro", disse o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin. "Precisamos ajudar nossos amigos."
Otunbayeva pediu que Bakiyev seja julgado por sua participação nos confrontos que deixaram pelo menos 84 mortos e 1.600 feridos. "Se pusermos as mãos em Bakiyev, ele será levado a julgamento. Ele já teve sua chance de ir embora", declarou.
Bakiyev nega que tenha ordenado que militares reagissem com violência aos manifestantes, mas seu irmão Zhanybek Bakiyev, chefe da guarda presidencial, admitiu que o fez.
O presidente russo, Dmitry Medvedev, disse anteriormente que Bakiyev deveria renunciar para evitar que a crise se torne "um segundo Afeganistão".
"Conforme entendo, o Quirguistão está à beira de uma guerra civil", disse Medvedev num evento em Washington.