O governo da Rússia reiterou neste domingo que a oposição da Síria deve ser condenada pelo menos na mesma medida que o governo do presidente Bashar al-Assad, um dia após Moscou vetar no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que condenaria o regime de Damasco.
O projeto de resolução discutido neste sábado no Conselho de Segurança da ONU, segundo uma nota divulgada neste domingo pelo Ministério das Relações Exteriores russo, "não contemplava (...) as exigências à oposição síria para que abandonem os elementos extremistas que optaram pela violência".
Tradicionais aliadas de Damasco, Rússia e China usaram seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para impedir que o principal órgão de segurança internacional aprovasse o projeto de resolução que buscava condenar o regime de Assad e exigia o fim da violência na Síria. O projeto foi aprovado por todos os demais 13 países-membros do órgão.
"Também foram ignoradas nossas propostas de acrescentar ao texto insistentes apelos aos grupos armados para que parem de atacar as instituições públicas sírias e a população civil, incluindo jornalistas estrangeiros, entre eles ocidentais", ressalta a Chancelaria russa.
Por outro lado, a Rússia lamenta que a resolução incluísse "um amplo leque de exigências ao governo sírio" em tom de ultimato: "Não se levou em conta a proposta russa de diminuir o tom das exigências, que incluem a renúncia de Bashar al-Assad que Damasco deveria cumprir em um prazo de três semanas".
"Nessas condições, Rússia e China se viram obrigadas a votar contra um projeto de resolução desequilibrado. Lamentamos profundamente tal conclusão do trabalho do Conselho de Segurança", destaca a nota de Moscou.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia manifestou que a diplomacia do país insistirá no início de "um diálogo nacional" na Síria para dar um fim à violência no país árabe no prazo mais rápido possível.
Na próxima terça-feira, o chanceler russo, Sergei Lavrov, e o chefe do Serviço de Inteligência Exterior, Mikhail Fradkov, irão a Damasco para se reunir com o presidente sírio.