A Rússia afirmou nesta sexta-feira que está "muito alarmada" com o fato de o Irã não cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), depois que a agência da ONU disse temer que a República Islâmica possa estar trabalhando para desenvolver uma ogiva nuclear.

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O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, reiterou a posição do Irã de que as suspeitas sobre o programa nuclear do país são infundadas. Mas a campanha liderada pelos Estados Unidos por mais sanções contra Teerã parece estar ganhando força.

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, indicou que a paciência de Moscou está se esgotando.

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"Estamos muito alarmados e não podemos aceitar isso, que o Irã esteja se recusando a cooperar com a AIEA", disse Lavrov numa entrevista à rádio Ekho Moskvy.

"Por cerca de 20 anos, a liderança iraniana desenvolveu seu programa nuclear clandestino sem relatá-lo à AIEA", afirmou ele. "Não entendo por que houve esse sigilo."

Na Alemanha, o porta-voz do governo Ulrich Wilhelm disse que a atitude do Irã obriga a comunidade internacional a buscar novas sanções contra o país, apesar de afirmar que a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel continua "estendendo sua mão" para a República Islâmica e buscando uma solução diplomática.

Na quinta-feira, a AIEA tornou pública sua preocupação com relação a análises confidenciais que concluem que o Irã já tem tecnologia em explosivos suficiente para uma arma nuclear viável.

"Algumas questões permanecem em debate e o Irã até agora não reagiu a elas, mas elas são muito sérias e precisamos entender como diversos documentos relacionados à tecnologia nuclear militar chegaram até o Irã," afirmou Lavron.

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"São necessárias explicações claras."

A Rússia -- que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU -- nas últimas semanas vem levantando suspeitas publicamente sobre a atividade nuclear do Irã, após anos dizendo não ter provas de que Teerã tentava construir uma bomba nuclear.