Os chefes da inteligência dos Estados Unidos declararam ao presidente eleito, Donald Trump, que agentes russos dizem ter informações pessoais e financeiras comprometedoras sobre ele, reunidas em memorandos que circulam por Washington e que foram divulgados na terça-feira (10) pelos meios de comunicação. A resposta do Kremlin foi de que a acusação é de “total falsidade” .
Vários jornais americanos noticiaram na terça-feira a existência de um documento de 35 páginas que detalham informações apresentadas como comprometedoras sobre Trump, entre elas a existência de um vídeo de caráter sexual filmado clandestinamente pelos serviços russos durante uma visita a Moscou em 2013. O documento, escrito por um ex-agente britânico, considerado confiável pelos serviços dos Estados Unidos, alude também a supostas trocas de informações durante vários anos entre Trump e o Kremlin.
A rede CNN disse que nestes relatórios são detalhados contatos que pessoas próximas a Trump teriam realizado com funcionários russos.
A informação foi apresentada a Trump na sexta-feira passada (6) durante um encontro com os diretores das agências de espionagem que deveriam informá-lo sobre a suposta interferência russa da campanha eleitoral, indicou a imprensa.
“Notícias falsas - uma caças às bruxas total!”, reagiu na terça-feira o presidente eleito no Twitter.
Por sua vez, o presidente em fim de mandato, Barack Obama, disse à rede NBC que “não comento sobre informações sigilosas”.
A autenticidade das 35 páginas de documentos - datados entre junho e dezembro de 2016 - ainda não foi confirmada por nenhuma fonte, mas detalham contatos que enviados de Trump teriam realizado na República Checa e na Rússia.
O FBI, a polícia federal, recebeu a informação em agosto, mais de dois meses antes das eleições presidenciais de 8 de novembro, segundo a CNN.
“Fabricação de mentiras”
A Rússia, por sua vez, negou nesta quarta-feira (11) ter “informações comprometedoras” sobre o presidente eleito dos Estados Unidos.
“O Kremlin não tem informações comprometedoras sobre Trump”, disse à imprensa o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dimitry Peskov. “É uma falsidade total”, afirmou. “A fabricação de semelhantes mentiras é uma tentativa evidente de prejudicar nossas relações bilaterais” explicou Peskov.
“Algumas pessoas atiçam esta histeria”, acrescentou o porta-voz, que classificou este caso de “caça às bruxas”.
O porta-voz chegou a usar a palavra “komrpoma”, expressão herdada do jargão soviético que designa informações comprometedoras sobre pessoas suscetíveis de serem submetidas a chantagens.
Estas revelações incendiárias ocorrem às vésperas da posse do governo de Trump, marcada para o dia 20 de janeiro.