A Rússia vai recuar militarmente nesta quarta-feira (7) do sul de uma zona ocupada dentro da Geórgia, disse um oficial russo, enquanto monitores da União Européia ainda esperam que Moscou cumpra os prazos com os quais se comprometeu.
Um cessar-fogo mediado pela França em agosto prevê que até sexta-feira a Rússia abandone as "zonas de segurança" que estabeleceu dentro da Geórgia, junto às repúblicas separatistas da Ossétia do Sul e Abkházia - onde, no entanto, Moscou deve manter uma presença militar permanente.
"Amanhã vai ocorrer a retirada de todos os seis postos de controle russos no sul da zona de segurança", disse o comandante russo Marat Kulakhmetov, nesta terça-feira, na localidade de Java, na Ossétia do Sul. "A retirada será completada em um dia", acrescentou.
No posto de controle de Karaleti, 20 quilômetros ao sul da fronteira, um repórter da Reuters viu um guindaste retirando blocos de concreto que antes atravessavam a pista. Escavadeiras tapavam trincheiras.
Uma segunda linha de tropas russas está mais ao norte, na fronteira entre a Ossétia do Sul e a Geórgia. Não está claro quando se dará a desocupação da zona-tampão relativa à Abkházia.
Depois da breve guerra de agosto contra a Geórgia, Moscou reconheceu a independência das duas repúblicas separatistas, onde pretende manter mais de 7.000 soldados.
A missão da UE não quis comentar se a desocupação dos seis postos de controle russos significa um cumprimento dos termos do cessar-fogo. "Teremos de verificar por conta própria para garantir que o acordo foi cumprido", disse um porta-voz.
A polícia georgiana vai voltar imediatamente às áreas, pois os monitores da UE, desarmados, temem que milícias ativas na região explorem um eventual vácuo na segurança.
Uma porta-voz da UE informou que alguns monitores foram sequestrados momentaneamente por "pessoas não-identificadas" na segunda-feira na zona-tampão. Uma outra fonte disse que 20 milicianos ossétios, agindo perto da fronteira, mantiveram os monitores como reféns durante uma hora e confiscaram seu equipamento.
Também na terça-feira, o governo georgiano acusou milicianos ossétios de terem incendiado casas na aldeia georgiana de Zardiant Kari, que fica na zona-tampão. A Reuters não conseguiu confirmar a informação.
A guerra de agosto começou quando a Geórgia tentou recuperar militarmente o controle da Ossétia do Sul, que já gozava de autonomia desde o começo da década de 1990, sob a proteção de Moscou.
O Ocidente criticou duramente a "reação desproporcional" das forças russas e o posterior reconhecimento da independência. Moscou disse que vai responsabilizar a UE pela segurança nas zonas fronteiriças.
"No documento assinado em 8 de setembro, a União Européia assumiu responsabilidade pela segurança nessas zonas, então todas as questões sobre o assunto serão remetidas a eles, não à Geórgia", disse o assessor político do Kremlin Sergei Prikhodko à agência de notícias Interfax.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas