Um carro-bomba em uma cidade santa xiíta, a matança de 12 membros de uma família e um tiroteio próximo à casa do líder máximo sunita aumentaram, neste sábado, os temores de que o Iraque possa estar caminhando para uma guerra civil.
Pelo menos oito pessoas morreram e 31 ficaram feridas na explosão de uma carro-bomba em uma mercado na cidade de Kerbala. Uma bomba no funeral de uma jornalista causou a morte de vários agentes de segurança.
Homens armados mataram 12 membros de uma mesma família próximo de Baquba, cidade onde se mesclam as etnias religiosas ao noroeste de Bagdá. Segundo parentes, a maioria dos mortos era xiíta, mas três deles eram sunitas, já que os casamentos mistos no Iraque não são raros.
Os detalhes do tiroteio próximo à casa do líder da Associação de Clérigos Muçulmanos Sunitas, Harith al-Dari, eram confusos. O clérigo, falando por telefone direto de sua casa com a rede de televisão Al Arabiya, culpou a polícia governamental, liderada por xiítas.
- Esta é uma guerra civil declarada unilateralmente - afirmou.
Um assessor informou que duas sobrinhas de Dari, e 4 e 15 anos, ficaram feridas.
Na mesma área, o cortejo fúnebre da jornalista da Al-Arabiya, Atwar Bahja, foi atacado, segundo a rede de televisão, acrescentando que uma pessoa morreu e outras quatro ficaram feridas.
Na última quarta-feira, Bahja e mais dois companheiros de equipe foram sequestrados quando cobriam o atentado que destruiu a cúpula de uma mesquista, em Samarra. Os corpos foram encontrados no dia seguinte em uma estrada próxima do local.
Depois do funeral, o comboio foi atacado por uma bomba, matando dois guardas, segundo a polícia. Já e acordo com a Al-Arabiya, houve vários mortos na explosão.
Toque de recolher
A violência de sábado ocorreu depois dos confrontos noturnos ao redor das mesquitas de minoria sunita, em Bagdá, apesar do toque de emergência. Apenas nos arredores de Bagdá, 200 pessoas morreram desde a destruição da Mesquita Dourada de Samarra, há três dias.