Atualizado em 29/12/2006 às 22h40

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O ex-ditador do Iraque Saddam Hussein será enforcado neste sábado antes das 6h em Bagdá (1h da manhã em Brasília) informou às agências de notícias um dirigente iraquiano ligado ao primeiro-ministro Nuri al-Maliki, que preferiu não ter o nome divulgado.

Ele falou sobre o assunto ao final de uma reunião da qual participaram representantes de autoridades iraquianas e americanas, e que tinha como objetivo precisar as modalidades da execução.

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As pessoas que vão testemunhar a execução do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein se reuniram nesta sexta-feira (29) na Zona Verde de Bagdá, a região fortificada sob proteção do exército norte-americano, em preparação para o seu enforcamento.

O horário foi combinado durante uma reunião entre oficiais dos governos do Iraque e dos Estados Unidos, quando o governo iraquiano pediu formalmente que a custódia de Saddam fosse entregue a eles.

O governo iraquiano preparou todos os documentos necessários, incluindo um "cartão vermelho" -ordem de execução criado pela ditadura do próprio Saddam. Dois irmãos do ex-ditador o visitaram na prisão na quinta-feira para se despedirem e receberem seus pertences pessoais e seu testamento.

Najeeb al-Nueimi, um membro da defesa de Saddam disse ter pedido um encontro final com o líder deposto do Iraque, mas teve seu pedido negado.

Munir Haddad, juiz da Corte de Apelações do Alto Tribunal Penal iraquiano, que assistirá à execução, disse que o ex-presidente iraquiano será enforcado "à noite ou amanhã", declarou nesta sexta-feira à noite. "Todas as medidas já foram tomadas, não há razão para que seja adiada a execução."

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Advogados de Saddam Hussein pediram à justiça dos Estados Unidos que bloqueasse a transferência do presidente deposto às autoridades iraquianas para sua execução, informou o ministério americano da Justiça.

Os advogados enviaram documentos à Corte Federal de Washington para impedir a transferência imediata aos iraquianos de Saddam Hussein, atualmente sob o controle dos americanos, informou o porta-voz do ministério, Charles Miller.

A transferência física de Saddam da custódia do governo norte-americano para as autoridades iraquianas, que foi tema de informações contraditórias ao longo do dia, deve ser um dos últimos momentos antes da execução propriamente dita.

"Nós concordamos com os Estados Unidos que a entrega dele acontecerá apenas alguns minutos antes da execução", disse um oficial do governo iraquiano. Al-Nueimi disse que os norte-americanos mantiveram a custória dele para evitar que ele fosse humilhado antes da execução.

O local da execução não foi informado pelas autoridades iraquianas.

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A especulação sobre a proximidade do enforcamento do ex-ditador toma conta do noticiário internacional nesta sexta-feira, com a contradição de informações entre autoridades dos Estados Unidos, do Iraque e membros do comitê de defesa de Saddam Hussein.

Oficiais do governo iraquiano negaram, no início desta sexta-feira (29) especulações crescentes de que Saddam poderia ser executado nas próximas horas, e informaram que há movimentação dentro do governo para que a execução seja adiada por um mês ou mais.

Além disso, o comitê de defesa do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein afirmou nesta sexta-feira ter obtido autorização dos Estados Unidos para se encontrar "nos próximos dias" com Saddam Hussein, antes que ele seja enforcado.

O advogado de Saddam, entretanto, disse acreditar na possibilidade da execução até o sábado (30), já que eles já recolheram os objetos pessoais apreendidos junto com Saddam.

Um juiz iraquiano ouvido pela Associated Press confirmou que Saddam deve ser executado no mais tardar no sábado.

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Desde que a sentença de morte do ex-ditador e dois de seus antigos colaboradores foi confirmada, na terça-feira (26), aumentaram as especulações sobre uma provável data da execução do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, que deveria acontecer num prazo de até 30 dias, de acordo com as leis iraquianas.

Na quinta-feira (28), um alto representante do governo americano afirmou que a morte de Saddam aconteceria no sábado (30), mas o Ministério da Justiça iraquiano negou a informação nesta sexta-feira (29). Uma alta autoridade do Ministério da Justiça disse à agência Reuters que Saddam não será executado antes de 26 de janeiro, 30 dias depois de sua apelação ter sido rejeitada.

Nesta sexta-feira, no entanto, um dos advogados do ex-ditador iraquiano, Najib al-Nuaimi, falou à rede "CNN" que Saddam Hussein pode ser levado à forca no sábado, citando o que chamou de "diferentes fontes". Clique aqui para ler a matéria (em inglês).

Saddam Hussein foi condenado à morte em novembro pelo Alto Tribunal Penal do Iraque, pela execução de 148 xiitas em Dujail (60 km ao norte de Bagdá) nos anos 80.

Os advogados de Saddam foram convocados nesta sexta-feira (29) a recolher os objetos pessoais do ex-ditador. Um advogado de defesa, que não quis ser identificado, disse que o ex-presidente havia sido transferido da custódia de forças dos Estados Unidos para o governo iraquiano, mas o Ministério da Justiça negou o fato.

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De acordo com a rede de televisão americana "NBC", o ex-presidente iraquiano seria executado até o domingo (31).

Segundo informações divulgadas na quinta-feira pela rede "NBC", Saddam seria enforcado antes do começo da Festa do Sacrifício muçulmana, que começa neste fim de semana. A rede norte-americana citou como fonte de informação um militar americano de alta patente que pediu para não ser identificado.

"Ninguém pode evitar a execução" de Saddam Hussein, condenado à morte por enforcamento, afirmou nesta sexta-feira o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, em um encontro com familiares de algumas vítimas do ex-ditador.

"Depois que foi decidido pela corte, ninguém pode opor-se à decisão de executar o criminoso Saddam", disse Maliki. "Aqueles que rejeitam a execução de Saddam estão minando a dignidade dos mártires do Iraque."

Apelo

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Giovanni di Stefano, um dos advogados de Saddam, afirmou nesta quinta-feira que pediu aos Estados Unidos que não entreguem o ex-ditador, que consta como seu prisioneiro de guerra, às autoridades iraquianas para execução.

Di Stefano disse ao canal via satélite "Sky" que os Estados Unidos "têm em suas mãos" o futuro de Saddam e podem se negar a entregar o ex-ditador ao Iraque "por não ter tido um julgamento justo".

O advogado italiano afirmou que enviou o pedido à Comissão de Direitos Humanos dos Estados Unidos, e considerou "um julgamento político" o processo contra o presidente iraquiano.

Em carta ao povo iraquiano, Saddam Hussein disse que subirá ao patíbulo "como um mártir".

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