Dois dias depois de ser condenado a enforcamento por crimes contra a humanidade, o ex-ditador do Iraque Saddam Hussein voltou ao tribunal, nesta terça-feira, para enfrentar acusações de genocídio contra os curdos, nos fim dos anos 1980, em um julgamento separado.
Uma corte de apelação revisará a sentença de morte de Saddam, o que significa que a execução não deve ocorrer antes do ano que vem.
Saddam, que no domingo recebeu sua condenação à morte com gritos desafiadores de ``Allahu Akbar!'' (Deus é o Maior!) e ''Longa vida ao Iraque!'', estava calado na terça-feira, quando compareceu ao tribunal.
Vestindo um paletó preto e sem gravata, ele entrou no tribunal fortemente vigiado e sentou em silêncio, após ser chamado pelo juiz.
Saddam e seis co-réus enfrentam acusações de genocídio por participação na campanha militar de Anfal (Espólios de Guerra), de 1988, contra curdos. Os promotores dizem que até 180 mil curdos foram mortos, muitos com gás.
Saddam foi considerado culpado por crimes contra a humanidade por ordenar a morte ou tortura de centenas de xiitas da cidade de Dujail, após sofrer um atentado, em 1982.