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Presidência

Eleição nos EUA é "plebiscito sobre guerra no Iraque"

A eleição desta terça-feira nos Estados Unidos, está sendo vista no país como um plebiscito sobre a guerra no Iraque e a política do presidente George W. Bush.

- A votação é, de fato, um referendo sobre a guerra. É o tema número 1 do país e está dividindo eleitores ao longo dos Estados Unidos - disse à BBC Brasil John Zogby, presidente do Zogby Institute, um dos principais institutos de pesquisa americanos.

Na votação, chamada de eleição de metade de mandato por ser realizada no meio da gestão presidencial de 4 anos, os americanos irão escolher 36 dos 50 governadores estaduais, todos os 435 membros da Câmara dos Representantes e um terço do Senado.

A votação deve contar com um índice de comparecimento muito maior do que o de praxe, como conta Frank Newport, editor-chefe do Instituto Gallup.

- Normalmente, o índice de comparecimento às urnas nas eleições de metade de mandato é bem mais baixo do que o das eleições presidenciais. Normalmente, menos de 50% dos eleitores registrados vai às urnas em uma eleição de meio período. Mas esta votação capturou a atenção do eleitorado americano, devido à guerra do Iraque. Por isso, o comparecimento deve contrariar a tendência - diz Frank Newport, editor-chefe do Instituto Gallup.

Iraque x política doméstica

De um modo geral, temas domésticos tendem a dominar essa eleição, mas a votação deste ano, no entanto, está contrariando esta tendência.

Uma pesquisa divulgada neste domingo pelo Pew Research Institute mostrou que a situação no Iraque é o tema mais importante da votação para um total de 48% dos eleitores.

De acordo com a pesquisa, as preocupações dos eleitores com o conflito no Oriente Médio estão à frente de temas como economia, seguro saúde e terrorismo.

Uma recente pesquisa realizada pela revista Time mostrou que 65% dos americanos desaprovam a forma que o presidente Bush vem conduzindo a guerra no Iraque.

De acordo com a mesma pesquisa, o índice de aprovação do líder americano está atualmente na faixa de 36%, um dos mais baixos de um presidente americano na história recente do país.

Bush e a guerra

Por conta da impopularidade da guerra e do próprio presidente, muitos políticos do Partido Republicano assumiram um discurso crítico em relação à guerra na reta final da campanha.

Os poucos republicanos que estavam à frente nas pesquisas evitaram o presidente em eventos de campanha e procuraram se distanciar politicamente do líder americano.

O atual governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, que lidera a disputa pela reeleição contra o rival democrata Phil Angelides, chegou a brincar, dizendo que associar seu nome ao presidente Bush fazia tanto sentido quanto associar seu nome ao Oscar.

Guerra na TV

Os democratas, naturalmente, fizeram esforços no sentido contrário, nas campanhas televisivas exibidas nas TVs americanas, lembrando o histórico de candidatos republicanos que demonstraram alinhamento com Bush e que votaram em causas defendidas pelo presidente.

Um dos anúncios que tem sido exibido regularmente nas emissoras americanas foi patrocinado pela organização Vote Vets, uma entidade formada por ex-veteranos das guerras no Afeganistão e no Iraque.

No anúncio, soldados são vistos dizendo frases como "por causa do Iraque, Osama Bin Laden ainda é uma ameaça" e "por causa do Iraque, os Estados Unidos estão menos seguros".

Ao final, o general aposentado e ex-presidenciável democrata Wesley Clarke surge em cena dando uma resposta aos anúncios veiculados por republicanos contra o histórico democrata em temas como segurança doméstica. "Quando você ver anúncios de TV dizendo que a América está menos segura, lembre-se: é por causa do Iraque."

Sentença de Saddam

Como todas as pesquisas de opinião foram realizadas dias antes da sentença condenando Saddam Hussein à morte, divulgada neste domingo, ainda não se sabe se a decisão judicial iraquiana poderá influir no rumo da votação.

Alguns dos principais representantes democratas elogiaram o veredicto, mas acrescentaram que ele não irá influir no rumo da guerra.

O líder dos democratas no Senado, Harry Reid, afirmou que "os iraquianos trocaram um ditador pelo caos" e acrescentou que "nenhuma das duas opções é aceitável".

A senadora Elizabeth Dole, que comanda o comitê de campanha republicano, contra-atacou dizendo que "os democratas parecem estar felizes com a idéia de perder no Iraque". A senadora afirmou que se retirar agora do país do Oriente Médio representaria uma derrota para os americanos.

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