| Foto: ROB STOTHARD/AFP

A saída do Reino Unido da União Europeia, ratificada em referendo, tem causado reações em vários setores: da queda de bolsas pelo mundo à renúncia do primeiro-ministro, David Cameron. Políticos e governantes de diversos países também repercutem a decisão e suas consequências para o bloco europeu e a economia global.

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Os ministros das Relações Exteriores dos seis países fundadores da União Europeia (UE) se reunirão no sábado (24), em Berlim, para debater sobre as consequências do referendo britânico, anunciou a Alemanha. “O ministro das Relações Exteriores Frank-Walter Steinmeier receberá no sábado 25 de junho os ministros das Relações Exteriores da França (Jean-Marc Ayrault), Holanda (Bert Koenders), Itália (Paolo Gentiloni), Bélgica (Didier Reynders) e Luxemburgo (Jean Asselborn) para conversações e um debate sobre os temas atuais da política europeia”, afirma um comunicado.

Outros líderes europeus – e até o virtual candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, que está na Escócia nesta sexta (24) – têm se manifestado a respeito do Brexit. Veja o que eles estão comentando.

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Angela Merkel, chanceler da Alemanha

 

A vitória do Brexit é um “golpe contra a Europa”, declarou nesta sexta-feira a chanceler alemã Angela Merkel, que convidou o presidente francês François Hollande, o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi e o presidente do Conselho Europeu Donald Tusk para uma reunião em Berlim na segunda-feira. “Tomamos nota com pesar da decisão da maioria da população britânica”, declarou Merkel. “É um golpe contra a Europa, um golpe contra o processo de unificação europeia”, completou a chanceler alemã.

Mark Rutte, primeiro-ministro da Holanda

 

A vitória do Brexit em um referendo no Reino Unido deve ser um “estímulo para reformar a União Europeia”, afirmou o primeiro-ministro holandês Mark Rutte. “Se trata antes de mais nada de um resultado decepcionante. É também um estímulo para reformar a União Europeia”, declarou Rutte.

“Nossa preocupação hoje é limitar o máximo possível as consequências para a Holanda”, completou o chefe de Governo. Rutte rejeitou a proposta do deputado de extrema-direita Geert Wilders de organizar um referendo sobre a saída da Holanda da UE. “Não acredito que exista um grande interesse entre a população para celebrar tal referendo”, disse Mark Rutte, que era um fervoroso defensor da permanência do Reino Unido dentro da UE. A Holanda ocupa atualmente a presidência rotativa da União Europeia.

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Frank-Walter Steinmeier,ministro das Relações Exteriores da Alemanha

 

O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, declarou nesta sexta-feira, após a vitória do Brexit, que “hoje é um dia triste para a Europa e a Grã-Bretanha”. Em mensagem no Twitter, Steinmeier declarou que “as notícias desta manhã procedentes da Grã-Bretanha são uma verdadeira desilusão. Parece um dia triste para a Europa e a Grã-Bretanha”.

Marine Le Pen, líder da extrema direita na França

 

A líder da extrema direita francesa Marine Le Pen defendeu nesta sexta-feira um referendo sobre a saída da União Europeia “na França e nos demais países da UE”, após a aprovação do Brexit.

“Vitória da liberdade! Come peço há vários anos, é necessário o mesmo referendo na França e nos demais países da UE”, escreveu a presidente da Frente Nacional (FN) no Twitter.

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Donald Trump, pré-candidato republicano à presidência dos EUA

 

O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, afirmou que o Brexit é “fantástico”, ao visitar um campo de golfe de sua propriedade na Escócia, nesta sexta-feira (24). “Eu penso que vai ser ótimo. Eu penso que é algo fantástico”, disse Trump a respeito da vitória da opção pela saída do Reino Unido da União Europeia no referendo de quinta-feira. Trump fez a declaração em Turnberry, um campo de golfe que ele possui no sudoeste da Escócia.

O magnata americano, que se apresenta como um candidato “anti-establishment”, já havia expressado apoio à campanha Brexit. “Vejo um paralelo real”, disse Trump à imprensa ao falar sobre o Brexit e sua campanha nos Estados Unidos. “As pessoas querem recuperar seu país, querem a independência”, afirmou.

Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia

 

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, negou nesta sexta-feira em uma entrevista coletiva que o resultado do referendo no Reino Unido represente o início do fim da União Europeia (UE). “Não”, respondeu Juncker de maneira lacônica ao ser questionado sobre a possibilidade.

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Juncker discursou em uma sala de imprensa lotada na sede da Comissão Europeia em Bruxelas, que terminou com fortes aplausos dos funcionários europeus presentes. Ao ser questionado sobre o que espera do “motor franco-alemão” para o futuro da União, Juncker pediu “posições muito claras e que para todos o processo de incerteza não dure muito”.

Ele havia lido um pouco antes o comunicado conjunto dos presidentes das instituições europeias, que se reuniram durante a manhã para falar sobre o resultado do referendo britânico. No texto, eles pedem ao governo britânico que “torne efetiva a decisãi dos britânicos o mais rápido possível” para iniciar o processo de saída da UE.

François Hollande, presidente da França

 

O voto britânico a favor do Brexit coloca a Europa à prova e agora ela deve se concentrar no essencial, afirmou o presidente francês François Hollande. “A França tomará a iniciativa para que a Europa se concentre no que é essencial”, prometeu Hollande, citando “a segurança, o investimento para o crescimento e o emprego, a harmonização fiscal e social e o reforço da zona euro e sua governança democrática”. “O voto dos britânicos coloca à prova a Europa”, enfatizou.

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU

 
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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou nesta sexta-feira que espera que a União Europeia se mantenha como “sócio sólido” do organismo mundial, depois da decisão do Reino Unido de abandonar o bloco. “O secretário-geral espera que a União Europeia continue sendo um sócio sólido das Nações Unidas no desenvolvimento e nos assuntos humanitários, assim como na paz e segurança, incluindo a migração”, afirmou Ban em um comunicado.